O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que se arrepende de ter votado com a camisa da Seleção Brasileira nas eleições 2022. A declaração foi dada nesta terça-feira (3/10), durante entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo. O traje foi comumente usado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante manifestações políticas. Campos Neto destacou que não parou para pensar na escolha da roupa amarela para o momento eleitoral.
"O voto é uma coisa muito privada. Era uma escola na frente da minha casa, que eu fui só com meu filho. Era uma coisa mais do mundo privado do que do mundo público. Obviamente, hoje, pensando, eu não teria feito isso, né? Pensando em hoje", disse.
O presidente do BC também comparou as reuniões que teve com Bolsonaro e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "O Lula, ele gasta mais tempo prestando atenção no que você fala e ele dedica mais tempo, ele tem mais paciência para as conversas. O Bolsonaro era mais rápido. Eu sempre sabia que quando tinha uma conversa com Bolsonaro, eu tinha três minutos para falar alguma coisa. Depois dos três minutos, já ia ser mais difícil, porque ele ficava mais disperso", contou.
O presidente Lula e outros integrantes do governo criticam Campos Neto por sua proximidade com Bolsonaro e pela decisão de manter alto o patamar da Selic — taxa básica de juros. Mesmo com a política do BC de reduzir gradualmente os juros nos últimos meses, ainda há pontos de tensão.
Lula e o presidente do BC se reuniram pela primeira vez na quarta-feira passada (27/9), no Palácio do Planalto. O encontro durou quase uma hora e meia, e teve a presença de Haddad. Campos Neto, porém, evitou dar detalhes sobre o que foi discutido na reunião.
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