A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro rejeitou, nesta terça-feira (3/10), a convocação da Força Nacional. O requerimento de convocação do coronel Sandro Augusto Queiroz, que estaria no comando da Força Nacional no dia em que os prédios dos Três Poderes foram vandalizados, foi colocado para votação de última hora, em meio a tumulto entre os parlamentares do colegiado.
Por 14 votos contrários à convocação e 10 favoráveis, o requerimento foi rejeitado pela comissão e, portanto, o coronel não será ouvido.
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Os governistas condicionaram a aprovação da Força Nacional à votação dos requerimentos de quebra de sigilo dos Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e de convocação do almirante Almir Garnier, apontado pelo tenente-coronel Mauro Cid, em delação premiada com a Polícia Federal, de ter apoiado uma ideia golpista apresentada em reunião com outros comandantes das Forças Armadas e Bolsonaro.
Entretanto, Maia apontou que os parlamentares da comissão estão mais interessados em defender suas narrativas do que em, de fato, investigar os atos de vandalismo no 8 de janeiro. “Ressalto que nessa CPMI eu vejo, muitas vezes, as pessoas mais preocupadas com as suas conveniências do que, de fato, com a investigação, porque se a preocupação maior fosse fazer uma investigação que abrangesse todas as questões que relacionam-se o 8 de janeiro, nós teríamos trazido a Força Nacional. Por mais que houvesse a insistência obsessiva dessa presidência, nós não conseguimos aprovar a Força Nacional”, declarou.
Reta final
Com a rejeição do depoimento do coronel Sandro, os outros requerimentos não foram colocados para votação. Assim, nas próximas duas sessões que faltam, antes do dia 17 de outubro, quando o relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) deve ser apresentado e votado, serão ouvidos depoentes com pedidos já aprovados.
Nesta quinta-feira (5), o subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior, do Batalhão de Policiamento de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), deve comparecer à comissão para depor. Ainda não foi divulgado quem será ouvido na próxima semana, em 10 de outubro.
O bolsonarista Argino Bedin é ouvido, hoje, pela CPMI. Empresário do ramo do agronegócio, conhecido como “pai da soja”, o depoente figura a lista de suspeitos de financiar os atos golpistas e chegou a ter as contas bancárias bloqueadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após investigações apontarem que ao menos 15 caminhões que se deslocaram até o Quartel-General do Exército, em Brasília, pertenciam a uma das nove empresas das quais o ruralista é sócio.
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