Em mais uma sessão marcada por tumulto e desentendimentos, a reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro desta terça-feira (3/10) começou com uma discussão envolvendo os parlamentares da oposição, os governistas e o presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA). O bate-boca foi motivado pela inclusão, de última hora, de um extra-pauta para votação do requerimento de convocação de um representante da Força Nacional.
Na reta final dos trabalhos, com apenas três encontros até o dia 17 de outubro, quando o relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) deve ser apresentado e votado, Maia demonstrou ter perdido a paciência e forçou, nesta manhã, a votação do requerimento para chamar Sandro Augusto Queiroz, coronel que estaria no comando da Força Nacional no 8 de janeiro.
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Maia havia declarado, há algumas semanas, que colocaria esse requerimento para votação em bloco, junto com os pedidos de convocação de nomes como o almirante Almir Garnier, apontado pelo tenente-coronel Mauro Cid, em delação premiada com a Polícia Federal, de ter apoiado uma ideia golpista apresentada em reunião com outros comandantes das Forças Armadas e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A previsão era que o requerimento da Força Nacional fosse votado na semana passada, mas a deliberação foi adiada e, por faltar poucos encontros até o fim da CPMI, não entraria mais na pauta da Comissão. Entretanto, no início da sessão de hoje, o deputado Rogério Correia (PT-MG) pediu para que o presidente do colegiado convocasse o general Braga Netto, que está com requerimento aprovado, mas não teve oitiva marcada.
Com isso, Maia defendeu equilíbrio entre as convocações de interesse dos governistas e da oposição e, em meio a discussão com Correia, perdeu a paciência e empurrou a votação do requerimento da Força Nacional. “Vamos colocar em votação a Força Nacional, vamos colocar em pauta agora e votar o requerimento. Estou incluindo extra-pauta”, anunciou.
O presidente do colegiado disse que, caso o pedido de oitiva do coronel Sandro fosse aprovado, colocaria para deliberação os outros de interesse dos governistas, o que poderia incluir os Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
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