Uma pesquisa de opinião, divulgada nesta segunda-feira (2/10), mostra que a maioria dos brasileiros apoia as instituições no chamado presidencialismo de coalização, em que os Poderes Executivo e Legislativo dividem atribuições para garantir a governabilidade do país. De acordo com a consultoria Brasilis, que elaborou a pesquisa, a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e a Presidência da República devem ceder “um pouco” em nome da harmonia do governo, na visão de 60% dos entrevistados. Além disso, 54% disseram que “é salutar que o governo seja formado por ministros de diferentes partidos”.
A imagem que o brasileiro tem da Câmara e do Senado é boa e, para 46% dos entrevistados, o Congresso deve “ter muito poder para modificar proposições legislativas da Presidência”. As duas Casas do Parlamento receberam avaliações positivas (ótimo, bom e regular para bom) semelhantes em relação à atuação institucional, de 48% e 49%, respectivamente. Negativamente, os percentuais somaram 50% para a Câmara e 48% para o Senado.
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Bancadas
Com relação à composição das bancadas no Congresso, a maioria dos entrevistados gostaria de ver mais professores, mulheres, negros, trabalhadores e economistas como parlamentares. Por outro lado, deixaram no fim da lista sobre quais grupos deveriam ter mais representantes na Câmara e no Senado padres católicos, pastores evangélicos, pessoas LGBTQIA, policiais e militares.
Outra conclusão da pesquisa da Brasilis é que 46% dos entrevistados consideram “ser bom para o Brasil” que o Supremo Tribunal Federal (STF) “possa rever leis em função de sua constitucionalidade”.
Para o cientista político Alberto Carlos de Almeida, sócio da Brasilis, “o brasileiro gosta de seu sistema político porque se acostumou a vê-lo funcionar deste jeito, há afeição quanto ao que ele observa acontecer diariamente”. Ele acrescenta que “o sistema político funciona dessa maneira porque está de acordo com a cultura predominante do país, que valoriza que cada parte ceda um pouco e que muitos possam participar” das estruturas de poder político.
A pesquisa da Brasilis ouviu 2004 pessoas, por telefone, entre os dias 22 e 27 de setembro. A margem de confiança é 95%, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
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