O Ministério da Igualdade Racial (MIR) anunciou nesta terça-feira (26/9) a exoneração de Marcelle Decothé, que ocupava o cargo de Assessora Especial de Assuntos Estratégicos, por ofender, em uma publicação nas redes sociais, a torcida do São Paulo. No domingo (24/9), a profissional publicou uma foto da torcida do São Paulo no estádio Morumbi, com a legenda: “Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade. Pior tudo de pauliste”.
A postagem gerou revolta entre os torcedores do clube paulista, que venceu o Flamengo, time do qual Marcelle é torcedora. O presidente do São Paulo, Júlio Casares, repudiou as declarações da assessora e disse que recebeu um pedido de desculpas de Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial.
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O caso ganhou mais repercussão porque a ministra também estava no estádio para participar de uma ação do governo federal contra o racismo no futebol. Um protocolo de intenções foi assinado com os ministérios do Esporte e dos Direitos Humanos e da Cidadania e com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para combater o racismo no esporte.
A viagem da ministra e de sua assessoria para São Paulo foi feita em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), o que gerou questionamentos do público. Anielle foi acusada de usar um recurso público para assistir à final da Copa do Brasil como torcedora do Flamengo.
O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Carlos Jordy (PL), ironizou a ida da ministra ao Morumbi: “É só coincidência ela ter ido justo no dia da final sendo ela flamenguista. Ela não pôde ir em momento algum antes disso”.
Em resposta às críticas, a ministra Anielle disse que o uso do avião da FAB foi uma medida de economia de gastos públicos para locomover as equipes, além de a final da Copa do Brasil ter sido escolhida para a divulgação pelo alto número de pessoas presentes e grande audiência, independente de quais clubes disputavam.
Em nota, o Ministério da Igualdade Racial informou que as manifestações públicas da servidora em suas redes estão em desacordo com as políticas do ofício.
*Vitória Torres, estagiária sob a supervisão de Renato Souza