O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (20/9), durante o lançamento da 'Iniciativa Global Lula-Biden para o Avanço dos Direitos Trabalhistas', querer criar um novo marco na relação do trabalho. Ao lado do líder americano Joe Biden, o chefe do Executivo brasileiro ainda defendeu o fortalecimentos dos sindicatos e a elaboração de regras em relação a trabalhadores com plataformas digitais.
"Instalamos uma mesa de negociação, governo e empresários. Essa mesa de negociação está para construir não apenas uma perspectiva de empregos decentes em função das plataformas que oferecem serviços precários, mas também porque queremos criar, quem sabe, um novo marco de funcionamento na relação entre capital e trabalho. Uma relação do século 21, civilizada", apontou.
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Lula também elogiou a visão do democrata americano pelo perfil pró-sindicalista. "Eu já disse aos sindicalistas americanos que a minha admiração pela visão que o presidente Biden tem dos sindicatos vem do primeiro discurso que ele fez na posse dele. Quando ele disse, textualmente, que a riqueza dos Estados Unidos não foi feita pelos empresários, foi feita pelos trabalhadores. Essa é a mais pura verdade", emendou.
O petista ressaltou que a política neoliberal no mundo causou o desmonte da relação trabalhista. "O saldo é que nós temos hoje 2 bilhões de trabalhadores que estão no setor informal, segundo a OIT. O dado concreto é que nós temos 240 milhões de trabalhadores que, mesmo estando trabalhando, vivem com menos de US$ 1,90 por dia. É inaceitável que mulheres, minorias étnicas e pessoas LGBTQIA+ sejam discriminadas no mercado de trabalho", bradou.
Lula acrescentou que desde que voltou à presidência do Brasil, tem se "empenhado em reconstruir um outro país". "Em poucos meses, conseguimos uma coisa extraordinária. Já criamos, nos primeiros oito meses, 1 milhão e 200 mil empregos formais", alegou.
Ele prometeu que a iniciativa por trabalho decente será levada por ele e Biden nos fóruns internacionais futuros.
"O Brasil preside, no ano que vem, o G20. Em 2025, nós vamos presidir os BRICS. Em 2025, nós vamos ter a COP 30 lá no coração da Amazônia. Em todos esses fóruns, pode estar certo, que nós estaremos trabalhando e tentando criar condições para que todos os governantes do mundo aceitem o protocolo como esse que estamos assinando aqui, porque todo ser humano, homem ou mulher, preto ou branco, tem direito ao trabalho decente".
Por fim, defendeu a sindicalização dos trabalhadores. "Todas as pessoas que acreditam que um sindicato fraco vai fazer com que o empresário ganhe mais e o país fique melhor está enganado. Não há democracia sem sindicato forte. O sindicato é quem fala pelo trabalhador para tentar defender seus direitos", concluiu o petista.
Entre os presentes no evento, estavam Gilbert Houngbo, diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho e o ministro do Trabalho Luiz Marinho.
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