A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) foi aplaudida por alguns integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro ao defender uma acareação entre o general Gustavo Henrique Dutra; o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres; o coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF); e a coronel Cíntia Queiroz de Castro, subsecretária de Operações da SSP.
“A gente tem tão pouco tempo na CPMI e eu acredito que a gente deveria ter acareações nessa comissão, porque é impressionante como a gente percebe que alguns depoentes conflitam de forma drástica um com o outro”, defendeu a relatora do colegiado. “Se a gente pudesse ter essas acareações seria, de fato, muito importante”, completou.
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Eliziane pediu a apuração da verdade depois de confrontar as afirmações do general Dutra com as alegações feitas por Cíntia, Naime e Torres na CPI do 8 de Janeiro, que está em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Na investigação, que caminha paralelamente àquela feita no Congresso Nacional, os representantes da Segurança Pública do DF afirmaram que foram realizadas, antes do dia em que se sucederam os ataques aos prédios dos Três Poderes, reuniões com o Exército para articular uma desmobilização dos acampamentos em frente ao Quartel General, em Brasília.
"Na hora da parte operacional, o senhor desautorizava"
De acordo com o trio, nessas reuniões eram debatidas iniciativas para retirar os bolsonaristas do Setor Militar Urbano (SMU), mas que, quando eram acionadas tropas da PMDF para desmobilizar o acampamento, o Exército impedia que as barracas fossem desmontadas. Por outro lado, Dutra negou que tenha impedido a retirada dos manifestantes.
“Os três [Cintia, Naime e Torres] estão no mesmo alinhamento, eles dizem: ‘nós reunimos, nós planejamos, criamos um grupo grande trabalho’, quer dizer, eles fazem tudo isso e, quando chega lá, eles são desautorizados a continuar. A sensação que eu tenho é que faziam uma reunião e, na hora de fazer a parte operacional, e me parece algo muito proposital, o senhor desautorizava. Não é só uma pessoa que diz, são várias pessoas que falam isso”, reforçou Eliziane.