Julgamento 8/1

PGR sobre 8/1: MPF não tem que descrever conduta de cada acusado

Para o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, todos os integrantes da multidão que invadiu os prédios respondem pelos danos causados

O subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, declarou nesta quarta-feira (13/9), durante o primeiro julgamento dos acusados de participarem nos atos de 8 de janeiro, que o Ministério Público Federal (MPF) “não tem que descrever a conduta de cada um dos executores do ato criminoso” cometido contra o patrimônio público durante os episódios de depredação.

Segundo ele, todos os integrantes da multidão que invadiu os prédios respondem pelos danos causados. O STF deu início hoje ao julgamento das quatro primeiras ações de acusados de participarem dos atos antidemocráticos. São eles: Aécio Lúcio Costa Pereira, Thiago De Assis Mathar, Moacir José Dos Santos e Matheus Lima De Carvalho Lázaro.

“O Ministério Público Federal não tem que descrever a conduta de cada um dos executores do ato criminoso, mas o resultado dos atos praticados pela turba, não se fazendo necessário descrever quem quebrou uma porta, uma janela, ou quem danificou uma obra de arte”, afirmou o subprocurador, que representa a PGR nos casos envolvendo o 8 de janeiro.

Brasil "não é mais república das bananas"

O órgão defende a condenação dos julgados e o pagamento de multa por danos morais coletivos. “Responde pelo resultado a multidão, a turba. Aquele grupo de pessoas que mantiveram um vínculo psicológico e de estabelecer um governo deslegitimado e inconstitucional”, acrescentou ainda Carlos Frederico.

O subprocurador também declarou que o Brasil “não é mais uma república das bananas”, e tem prestígio internacional.

Defesa

A defesa de Aécio Lúcio Costa Pereira, o primeiro julgado, critica justamente a falta de individualização dos atos de Aécio durante o julgamento, além de citar que o ministro Alexandre de Moraes, relator dos casos, é suspeito e não deveria estar à frente dos processos.

Aécio foi preso em flagrante dentro do Congresso Nacional. Ele fazia parte do chamado “grupo Patriotas” e, à época, trabalhava para a companhia de saneamento básico de São Paulo, a Sabesp. O homem ficou conhecido também por ter gravado vídeos durante a invasão.

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