Diplomacia

Lula encontra Macron e príncipe saudita que deu joias a Bolsonaro

O acordo entre Mercosul e União Europeia voltou à pauta,. Texto está em análise no Parlamento Europeu

No último dia da Cúpula do G20, neste domingo (10/9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve encontros bilaterais com o líder francês, Emmanuel Macron, e com o príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, — o mesmo que presentou Jair Bolsonaro (PL) com joias.

O acordo entre Mercosul e União Europeia voltou à pauta, em nota o governo brasileiro afirmou que Lula teria reforçado pendências para a aprovação final do acordo de colaboração entre os blocos, como a inflexibilidade do Brasil em não desistir das chamadas compras governamentais.

O texto está em análise no Parlamento Europeu. “A reunião entre os chefes de Estado também abordou questões de cooperação em áreas como defesa e meio ambiente. Ambos os líderes discutiram pendências relacionadas ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia, expressando a vontade de avançar na sua conclusão”, informou a assessoria.

Os países sinalizaram também a intenção de reeditar em 2025 uma parceria cultural semelhante ao Ano do Brasil na França e ao Ano da França no Brasil, realizados na década passada. “Essa iniciativa permitirá que representantes da cultura brasileira visitem a França e que destaques do cenário artístico francês realizem apresentações no Brasil, promovendo ainda mais o intercâmbio cultural entre as duas nações”, destacou a nota.

Além disso, Lula convidou Macron para sua primeira visita oficial ao Brasil, e o líder francês indicou que essa oportunidade pode se concretizar no primeiro semestre de 2024. A parceria estratégica entre Brasil e França foi estabelecida em 2006 e envolve diálogo político, relações econômico-comerciais e cooperação em diversas áreas.

Investimentos

Já no encontro com o príncipe saudita, o governo informou que ficou acertado que uma delegação de empresários e autoridades deve visitar o Brasil em breve para conhecer a carteira de projetos do novo PAC e que estão abertos a investimentos estrangeiros.

Os chefes de Estado também trataram de uma possível ampliação de investimentos no Brasil, na área de petróleo e gás e nas fontes verdes. Na conversa, Lula também deu as boas-vindas à Arábia Saudita como novo país do Brics. A nação árabe faz parte do grupo de seis novos integrantes oficializados no bloco, ao lado de Argentina, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.

Este foi o primeiro encontro de Lula e bin Salman, que tinham uma reunião marcada em junho, durante uma cúpula promovida por Macron em Paris. No entanto, Lula cancelou alegando "cansaço".

O príncipe saudita foi quem deu joias no valor de R$ 5 milhões ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os itens não foram declarados e, por isso, foram retidos na alfândega. O encontro com Lula aconteceria logo após a revelação do escândalo, que desencadeou uma investigação no Supremo Tribunal Federal (STF).

Mohammed bin Salman é acusado de ser o mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018. Segundo um relatório de inteligência dos Estados Unidos, divulgado em 2021, ele aprovou uma operação para capturar e matar o jornalista, que era crítico do regime de sua família. O corpo foi desmembrado, e seus restos mortais nunca foram localizados.