Governo

Jean Wyllys acusa ministro de 'sabotagem' e o chama de 'mau-caráter'

Deputado teria sido convidado por Lula para compor a equipe de comunicação da Presidência, chefiada por Paulo Pimenta, mas briga com o governador Eduardo Leite (PSDB) teria azedado indicação

O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) teceu críticas ao ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, e o acusou de “sabotagem”, após ser convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para compor a equipe da Secom.

“Paulo Pimenta fez o trabalho de defenestração da minha imagem de maneira sórdida. Digo sem medo: Paulo Pimenta é um mau-caráter”, disse Jean ao podcast Bee40tona.

Para Wyllys, o ministro teria usado a crítica ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) para disseminar uma imagem de “tóxico e radioativo” em relação ao ex-parlamentar. “Quando isso aconteceu, eu pensei: não é isso. Eu não tenho que estar no governo. Se para estar no governo eu tenho que me silenciar, não posso criticar o Eduardo Leite nem apontar os equívocos do próprio Lula, digamos assim, eu não quero estar”.

“Acho que o Paulo Pimenta não acreditou que eu queria ficar na retaguarda. Ele se sentiu ameaçado e fez um processo de sabotagem em relação a minha ida para o governo. Ele utilizou o tweet que eu fiz para o Eduardo Leite para isso. A intenção era parecer que eu era tóxico e radioativo para o governo porque eu havia criticado Eduardo Leite”, afirmou.

“Detalhe: Eduardo Leite votou em (ex-presidente Jair) Bolsonaro e fez campanha para ele em 2018. E em 2022, Eduardo ficou em dúvida em quem votar e só se elegeu governador com o apoio da esquerda. Paulo Pimenta fez esse trabalho de defenestração da minha imagem de maneira sórdida. E eu digo sem medo: Paulo Pimenta é um mau-caráter!”, completou.

Jean Wyllys contou em entrevista ao Correio ter sido convidado por Lula para compor o governo antes do retorno do autoexílio em julho deste ano. No entanto, o clima com o governo azedou por conta do posicionamento de Leite de manter o programa de escolas cívico-militares, encerrado pelo governo federal.

"Que governadores héteros de direita e extrema direita fizessem isso, já era esperado. Mas de um gay? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes. Se for branco e rico então", provocou Wyllys no Twitter.

O governador respondeu que vai ingressar com uma ação criminal por conta das ofensas que recebeu. "Jean Wyllys dispara também ataques a uma decisão que tomei como governador. Ele pode não concordar, ter outra visão, mas tenta associar essa decisão à minha orientação sexual, e até a preferências sexuais. Por isso, entrei com uma representação contra ele por um ato de preconceito, de discriminação, de homofobia", anunciou o gaúcho. Além disso, ele comparou a crítica do ex-deputado ao episódio em que sofreu ataques homofóbicos de Roberto Jefferson e às "insinuações de mau gosto" do então presidente Jair Bolsonaro.

Após o episódio, Paulo Pimenta afirmou que Lula não prometeu cargo algum a Jean. "Promessa de cargo é uma coisa meio vaga. Nunca houve promessa. O presidente conversou com ele, entrou em contato com ele”.