7 de Setembro

Desfile de 7 de Setembro no RJ volta à Avenida Presidente Vargas

A cerimônia vinha sendo realizada na Praia de Copacabana, na Zona Sul, primeiramente por causa da pandemia de covid-19 e, depois, por escolha política do então presidente Jair Bolsonaro, que usou a data como palanque político

No Rio de Janeiro, o desfile cívico-militar voltou ao seu palco tradicional, a Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade, após dois anos de interrupção. A cerimônia vinha sendo realizada na Praia de Copacabana, na Zona Sul, primeiramente por causa da pandemia de covid-19 e, depois, por escolha política do então presidente Jair Bolsonaro, que usou a data como palanque político.

Em 2022, em plena campanha pela reeleição, Bolsonaro seguiu para o Rio logo após o término das celebrações em Brasília, e discursou para uma multidão de apoiadores vestidos de verde e amarelo, com transmissão pela TV oficial do governo. A Justiça Eleitoral proibiu a divulgação das imagens na propaganda do então candidato. O Ministério Público Federal chegou a mover uma ação pedindo que o Estado brasileiro peça desculpas por ter se omitido ao não impedir que a cerimônia democrática se confundisse com evento político-partidário.

As atividades de ontem, acompanhadas pelo governador Cláudio Castro (PL), contaram com o acendimento da pira com o fogo simbólico da Pátria, seguido da salva de gala de 21 tiros de canhão. O desfile, com duração de duas horas, teve a participação do Exército Brasileiro, da Marinha do Brasil, da Força Aérea Brasileira, das polícias Militar e Civil do estado do Rio de Janeiro, do Corpo de Bombeiros Militar, da Secretaria de Administração Penitenciária, da Guarda Municipal e de várias escolas e entidades civis. O desfile contou também com diversos blindados, viaturas, motocicletas e tropas a cavalo.

Sambódromo paulista 

Em São Paulo, o Sambódromo do Anhembi contou com a presença de 9 mil integrantes das três Forças Armadas, além de integrantes das forças de segurança estadual e municipal e de entidades civis. A bandeira nacional não foi hasteada porque, segundo o prefeito Ricardo Nunes, “o mastro está em manutenção”. Sem presença do público, o evento foi aberto com a revista às tropas, na Avenida Olavo Fontoura, pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e oficiais generais das Forças Armadas. Na abertura do desfile, o governador Tarcísio subiu em um blindado Guarani, do Exército. Em determinado momento, o locutor oficial do evento chamou de “revolução” o golpe militar de 1964.