LAVA-JATO

Deltan e chefe da CGU divergem nas redes

Termos do acordo precisam ser homologados pelo STF, mas apontam para novas investigações

O ex-deputado Deltan Dallagnol questionou, ontem, nas redes sociais, se o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli iria anular o acordo da Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Advocacia-Geral da União (AGU) com a construtora Odebrecht, já que há cláusula semelhante à contestada por Toffoli ao anular as provas do acordo de leniência celebrado entre a empresa e a força-tarefa da Lava-Jato, da qual o ex-deputado era chefe.

"Acordo da CGU-AGU com Odebrecht teve cláusula idêntica à da Lava-Jato e também não teve pedido de cooperação internacional via DRCI-MJ (claro, nem devia ter). Toffoli anulará também? Mandará Polícia e AGU investigar? Ou era só pra se vingar da Lava Jato mesmo?", questionou Deltan.

Na sequência, o ministro-chefe da CGU, Vinicius Carvalho, rebateu Deltan e negou que o acordo firmado pelo órgão e a AGU fosse similar ao do Ministério Público Federal (MPF). "A @CGUonline repudia, em quaisquer circunstâncias, a disseminação de informações inverídicas que visem confundir, enganar, manipular ou desinformar a sociedade brasileira."

Inicialmente, o ex-chefe da Lava-Jato no MPF havia publicado um trecho do acordo da CGU-AGU com as empresas Technip Brasil e Flexibras, e não com a Odebrecht, uma das empresas-chave na investigação da força-tarefa de Curitiba — o que foi apontado como erro por Carvalho. Depois, Deltan reconheceu o erro e questionou de Toffoli "vai anular todos os demais acordos também e mandar devolver bilhões para as empresas que confessadamente desviaram e devolveram o dinheiro público".