CPI DAS PIRÂMIDES FINANCEIRAS

Em CPI, dirigente da 123milhas pede 'sinceras desculpas' aos clientes

Ramiro Madureira afirmou que crise se deu por um "modelo de negócio que se mostrou equivocado". A empresa acreditava na queda dos preços das passagens aéreas após a pandemia de covid-19, o que não aconteceu

O sócio e administrador da agência 123milhas, Ramiro Júlio Soares Madureira, depõe, neste momento (6/9), na CPI das Pirâmides Financeiras da Câmara. Acompanhado de advogados e com um habeas corpus que lhe assegura o direito de não responder a perguntas que possam comprometê-lo, Madureira pediu desculpas aos clientes, colaboradores e fornecedores da empresa e afirmou que a 123milhas chegou nessa situação de crise por causa de um "modelo de negócios equivocado".

A 123milhas é uma agência de viagens on-line que comercializa pacotes de viagens e, agora, está num processo de recuperação judicial. "Peço sinceras desculpas aos ex-colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros pelo transtorno que nossa empresa os causou", afirmou Ramiro Madureira.

Na sua fala inicial, Madureira declarou que a empresa existe há 14 anos e que, nos últimos sete anos, passou a se chamar 123milhas, que tem como um de seus carros-chefe oferecer passagens de avião a preços mais baratos negociando milhas de passageiros. O diretor explicou que uma das razões da crise financeira da empresa foi acreditar que haveria uma redução de preços das passagens após a pandemia, o que não aconteceu.

"O que vimos no pós pandemia já era preços muito elevados de passagem, que persistiram ao longo do tempo. Era sempre alta temporada. Ocorreu algo não esperado. Os momentos de oportunidade em emitir passagens em preços promocionais foram se achatando, diminuindo", afirmou. "Fomos prejudicados por um modelo de negócio que se mostrou equivocado".