A ministra Rosa Weber realiza nesta quarta-feira (27/9) sua última sessão como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela deixa o cargo nos próximos dias, em razão da idade limite de 75 anos para continuar à frente do tribunal. A magistrada dará lugar para o ministro Luís Roberto Barroso, que toma posse amanhã como o responsável por conduzir a mais alta corte do Justiça. A sessão teve início pouco antes das 15h.
Rosa se despede do STF em definitivo até 2 de outubro, dia do seu aniversário. Com isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá de indicar outro jurista para ocupar a cadeira deixada por ela entre as 11 do plenário. Atualmente, o nome mais cotado para ser escolhido por Lula é do ministro da Justiça, Flávio Dino. No entanto, existe a pressão para que ele opte por uma mulher negra, tendo em vista que, com a saída da atual presidente, restará apenas a ministra Cármen Lúcia como representante do sexo feminino.
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Lula já disse que não pretende seguir requisitos de gênero e de cor para fazer a escolha. O nome apontado por ele deve passar por sabatina no Senado e ser aprovado pelo plenário da casa legislativa. A última sessão presidida por Rosa discute a tese do marco temporal das terras indígenas. A Corte já entendeu que o marco é inconstitucional, ou seja, não pode ser implementado.
No entanto, os ministros discutem agora a tese, ou seja, a definição de algumas regras. Como, por exemplo, se quem tiver terras desapropriadas para serem demarcadas têm direito ou não a receber uma indenização, seja por benfeitorias ou pelo valor do terreno. Ao longo de sua gestão, Rosa Weber precisou conduzir o Supremo durante as eleições de 2022 e ainda na ocasião dos atentados de 8 de janeiro — quando extremistas invadiram a depredaram as sede dos Três Poderes.
Rosa é oriunda da Justiça do Trabalho. Gaúcha de Porto Alegre (RS), Rosa Weber ingressou na magistratura em 1976, como juíza do Trabalho substituta. A magistrada graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1971.
Foi juíza do trabalho de 1976 a 1991 e integrou o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) de 1991 a 2006. Presidiu o TRT-4 no biênio de 2001 a 2003. De 2006 a 2011, foi ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), até ser nomeada para o STF, onde tomou posse em 19/12/2011. Ela presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2018 a 2020. A ministra foi a terceira mulher a ocupar a presidência do Supremo.
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