O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), general Augusto Heleno, chegou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro, nesta terça-feira (26/9), sob aplausos de parlamentares bolsonaristas.
O militar compareceu sem farda e ressaltou que está na comissão na condição de testemunha. Heleno afirmou que não via os acampamentos em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, como ameaça à segurança pública.
"Nunca considerei o acampamento algo que interessasse à segurança institucional”, disse o general, que negou ter visitado os bolsonaristas. Para ele, o acampamento era uma “manifestação política pacífica”.
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Os acampamentos bolsonaristas se instalaram em frente aos QGs do Exército por todo país, após o segundo turno das eleições do ano passado, em protesto à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em Brasília, o acampamento abrigou golpistas em diversos protestos anti-democráticos, como o de 12 de dezembro de 2022, que envolveu diversos ataques ao redor da sede da Polícia Federal, e no próprio dia 8 de janeiro.
Ele ainda negou que tenha tratado de “assuntos eleitorais” com os servidores do GSI. “Acusações feitas a mim são inverídicas, infundadas e extemporaneas”.
“Jamais me vali de reuniões ou palestras ou conversas para tratar de assuntos eleitorais ou políticos partidários com meus subordinados no GSI. Não havia clima para isso e o único político do GSI era eu mesmo”, defendeu-se o general.
O general também negou ter sido leniente com uma possível intervenção militar, proposta por Bolsonaro, como alega o tenente-coronel Mauro Cid em sua delação.
“Não era minha missão isso, convencer o presidente a sair das quatro linhas (da Constituição), pelo contrário. O gabinete é de segurança institucional”, declarou Heleno. “Quando o presidente já disse que não vai jogar fora das quatro linhas, não vejo por que eu iria me envolver nisso”.
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