Após desencontros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu presencialmente pela primeira vez nesta quarta-feira (20/9) com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que driblou a imprensa por uma porta lateral do hotel onde está hospedado o chefe do Executivo brasileiro. A reunião foi fechada.
Participaram da conversa o chanceler Mauro Vieira, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta.
Por meio das redes sociais, Lula disse ter tido "uma boa conversa sobre a importância dos caminhos para construção da paz e de mantermos sempre o diálogo aberto entre nossos países".
Hoje me reuni em Nova York com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Tivemos uma boa conversa sobre a importância dos caminhos para construção da paz e de mantermos sempre o diálogo aberto entre nossos países.
???? @ricardostuckert pic.twitter.com/GESsasLlVz— Lula (@LulaOficial) September 20, 2023
Em março, os líderes chegaram a conversar por telefone. Já em maio, ensaiaram um encontro durante a cúpula do G7 no Japão, mas após problemas de agendas, a conversa não ocorreu. Na época, o governo brasileiro alegou ter oferecido dois horários para o líder ucraniano, mas ele não compareceu.
Já a Ucrânia, alegou que a equipe de Lula demorou a responder sobre a disponibilidade para o encontro e quando respondeu, Zelensky já tinha outros compromissos. Após o desencontro, Zelensky teceu declarações polêmicas, como quando disse que Lula repetiu as falas do presidente russo, Vladimir Putin.
Em declarações anteriores, Lula chegou a afirmar que Zelensky também é responsável pela guerra porque "quando um não quer, dois não brigam" e já insinuou que a Ucrânia deveria abrir mão da Crimeia. O chefe do Executivo brasileiro também negou venda de material militar para o governo ucraniano e não apoia sanções contra a Rússia.
- Em NY, Lula diz que encontro com Biden é 'momento histórico exemplar'
- Com Biden, Lula diz querer criar novo marco na relação do trabalho
- Biden e Lula lançam parceria pela defesa de trabalhadores e sindicatos
O encontro entre ambos ocorre também após Lula ter dito que Putin não seria preso se viesse ao Brasil para a reunião do G20, embora tenha uma ordem de prisão por crimes de guerra no Tribunal Penal Internacional (TPI), do qual o Brasil é signatário. Depois, o presidente recuou da declaração, mas afirmou não saber qual a serventia do TPI e que estudaria a razão pela qual o país assinou o tratado.
Por outro lado, Lula tem defendido a criação do que chama de "clube da paz", que negocie o fim da guerra no Leste europeu que já dura um ano e meio. O presidente brasileiro retorna ao Brasil na noite desta quarta-feira (21/9).
Em discurso na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) no último dia 19, o presidente Lula afirmou que a guerra da Ucrânia escancara a incapacidade dos países que fazem parte da ONU de alcançarem a paz.
Mais cedo, Lula se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com quem lançou uma iniciativa global para promoção do trabalho decente intitulado de "Coalizão Global pelo Trabalho". A previsão é de que o petista ainda se reúna com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus e com o presidente do Paraguai, Santiago Peña e embarque ainda hoje para o Brasil.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br