Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmar as especulações e indicar Flávio Dino para a vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF), o seu ministro da Justiça enfrentará dura resistência no Congresso Nacional. Não terá a mesma "vida mansa" que o advogada Cristiano Zanin, que contou com votos até mesmo de bolsonaristas, que chegaram a trabalhar por sua indicação.
Foi o caso do deputado Sóstentes Cavalcante (PL-RJ), vice-presidente da Câmara e que atuou como um verdadeiro "cabo eleitoral" de Zanin no Congresso, ainda que caiba aos senadores, em sabatina e no plenário, aprovar ou não nomes para os tribunais superiores.
"O Zanin é uma coisa, o Flávio Dino é bem diferente. No Congresso, irá plantar o que colheu", disse Cavalcante ao Correio, se referindo a uma atuação de confronto de Dino com os bolsonaristas.
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Também na linha de frente que apoiou e aprovou o nome de Zanin, o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) afirmou que Lula terá problemas na tramitação do nome de Dino no Senado. Evangélico, Marinho é pastor da Assembleia de Deus e ajudou na campanha a favor do responsável pela defesa de Lula na Operação Lava-Jato.
"O Zanin tem um perfil bem diferente do Dino. É um advogado, não tem atuação política. Bem diferente do Dino, que é um político e que gosta de um confronto, além de ser de esquerda desde muito tempo. O Supremo já é suficientemente uma Corte política. O Lula vai ter dificuldade se de fato indicá-lo", disse Marinho ao Correio.
O senador Hiran Gonçalves (PP-RR) é outro parlamentar que apoiou Zanin e não vê a mesma situação confortável para Dino, mas é mais prudente na avaliação.
"O caso do Dino é mais delicado, por sua personalidade, mas não quero antecipar voto. Vamos esperar para ver se o Lula vai indicá-lo mesmo", afimou Hiran.
Zanin foi aprovado com folga no Senado, pelo placar de 58 votos a favor e 18 contrários.
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