Assembleia Geral da ONU

Na ONU, Lula critica agências internacionais: "Reproduzem desigualdades"

Com o Brasil tentando uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, o presidente criticou a instituição, que segundo ele, "vem perdendo progressivamente sua credibilidade"

O presidente ele clamou por uma nova governança global e disse que a igualdade soberana entre as nações vem sendo
O presidente ele clamou por uma nova governança global e disse que a igualdade soberana entre as nações vem sendo "corroída" - (crédito: Timothy Clark/AFP)
postado em 19/09/2023 14:23

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou a agenda de demandas por mudanças na composição de organismos internacionais. Em discurso na abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, nesta terça-feira (19/9), ele clamou por uma nova governança global e disse que a igualdade soberana entre as nações vem sendo “corroída”. “Quando as instituições reproduzem as desigualdades, elas fazem parte do problema, e não da solução”, declarou.

Lula mencionou que o Fundo Monetário Nacional (FMI) disponibilizou US$ 160 bilhões de dólares em direitos especiais de saque para países europeus, e apenas US$ 34 bilhões para países africanos. “A representação desigual e distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é inaceitável. Não corrigimos os excessos da desregulação dos mercados e da apologia do Estado mínimo. As bases de uma nova governança econômica não foram lançadas”, destacou.

No discurso, que durou cerca de 21 minutos, Lula ponderou que o Brics — grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ao qual recentemente se somaram Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã — é uma resposta ao que chamou de “imobilismo” dos organismos multilaterais tradicionais, com o intuito de promover cooperação entre países emergentes.

Com o Brasil tentando uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, o presidente criticou a instituição, que segundo ele, “vem perdendo progressivamente sua credibilidade”. “Essa fragilidade decorre em particular da ação de seus membros permanentes, que travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime. Sua paralisia é a prova mais eloquente da necessidade e urgência de reformá-lo, conferindo-lhe maior representatividade e eficácia”, disse.

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