RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Ministros iniciam compromissos antes de Lula em NY

Comitiva oficial é composta por oito ministros, mas outros cinco foram para os EUA participar de eventos e encontros bilaterais

As agendas tiveram início durante o final de semana -  (crédito:  Denise Rothenbugg/CBpress)
As agendas tiveram início durante o final de semana - (crédito: Denise Rothenbugg/CBpress)
postado em 18/09/2023 00:00 / atualizado em 18/09/2023 03:55

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Nova York acompanhado por um grupo considerável de ministros. Embora a comitiva oficial inclua apenas oito integrantes da Esplanada — contando com o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta — outros cinco participam por conta própria dos eventos que acontecem na cidade americana, na órbita da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

As agendas tiveram início durante o final de semana. Ontem, o chefe da pasta de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou de evento organizado pelas ONU e lançou o Plano Nacional de Transição Energética Justa e Inclusiva, que prevê o aumento do uso de biocombustíveis e de energia limpa na matriz energética brasileira. Já Jader Filho, ministro das Cidades, participou de um painel sobre a importância das políticas urbanas para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2030.

"A transição energética coloca o Brasil no centro desse debate. Não somente pelo nosso alto potencial de produção de energia limpa, mas, essencialmente, pela garra e determinação de uma população que escolheu unir e reconstruir o nosso país", declarou Silveira durante seu discurso. "Estamos fazendo o dever de casa para implementar políticas públicas que garantam um desenvolvimento pleno e sustentável. Nossa transição é norteada pelo desejo de criar um Brasil e um mundo mais humano, solidário e digno", acrescentou.

Silveira também cobrou que países ricos paguem a dívida com os países em desenvolvimento, que enfrentam as mais graves consequências das mudanças climáticas. A fala ecoa o posicionamento do próprio Lula, que frequentemente lembra que os países ricos ainda não pagaram os US$ 100 bilhões acordados às nações do Sul Global para enfrentar a emergência climática e frear emissões. Em entrevista à Bloomberg News, disse que "a Petrobras tem a obrigação de sentar-se à mesa com a Receita Federal e com o Ministério da Fazenda e considerar todas as possibilidades de honrar seus compromissos fiscais".

"O Brasil decidiu que não podemos mais esperar. Decidimos pela transição energética justa e inclusiva, e o Brasil está cumprindo o seu papel. Estamos trabalhando para descarbonizar, ainda mais, a nossa matriz energética", pontuou o ministro de Minas e Energia. "O governo do presidente Lula voltou para recolocar o Brasil em posição estratégica no mapa mundial", completou.

Jader Filho, por sua vez, aproveitou a agenda internacional para anunciar o retorno do Conselho Nacional das Cidades, o que deve ocorrer nas próximas semanas. Segundo o ministro, o órgão é "encarregado de nos ajudar a desenhar políticas urbanas mais inclusivas, baseadas em prioridades identificadas pelos governos locais e líderes comunitários". Em seu discurso, também defendeu que a presença das cidades como alvo para políticas de proteção ambiental, incluindo investimentos, é necessária para que os objetivos da agenda ambiental global sejam cumpridos.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, anunciou a implementação no Brasil do programa da ONU Cidades Lideradas por Mulheres, como modelo piloto, para fomentar a participação das mulheres no planejamento das cidades e em cargos de liderança.

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