A defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, pediu a soltura do cliente, na noite de quinta-feira (7/9). A solicitação foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi confirmada ao Correio pelo advogado de Cid, Cezar Bitencourt.
Mauro Cid está preso desde o dia 3 de maio, ou seja, há mais de quatro meses. A Polícia Federal aceitou um aceitou um acordo de delação com militar e enviou o trâmite para o Ministério Público Federal (MPF) e para Moraes, para eventual homologação, de acordo a com fontes na corporação ouvidas pela reportagem. Com o acordo, a expectativa é de que ele tenha benefícios no processo em que deve responder, mas seja liberado para cumprir pena em liberdade.
Cid forneceu informações suficientes, e indicou provas, que na avaliação dos investigadores, sustentam as declarações que foram feitas durante duas semanas de depoimento. Os investigadores passaram os últimos dias avaliando as oitivas do militar, os elementos apontados e novas linhas de investigação que poderiam ser abertas no caso envolvendo a venda de jóias sauditas no exterior.
Uma das novidades em relação ao caso é a suspeita de negociação envolvendo imóveis por parte da família Bolsonaro nos Estados Unidos, entre o ano passado e o começo deste ano.
As investigações em curso no Brasil apontam que parte das pedras preciosas sauditas doadas ao governo brasileiro foram objetos de uma operação para tentar burlar o fisco. A tentativa seria de incorporar ao patrimônio pessoal de Bolsonaro e demais envolvidos.
Os objetos preciosos, repassados pelo governo da Arábia Saudita, foram apreendidos no Aeroporto de Guarulhos. Além disso, a investigação envolve outros itens de elevado valor que deviam estar no acervo do Planalto.
De acordo com a legislação, os presentes deveriam ser incorporados no acervo da União, pois entregues em agenda internacional são de propriedade da República e não de uso pessoal.
Um dos materiais, um relógio Rolex, de elevado padrão, foi vendido nos Estados Unidos, durante viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro. A PF identificou que o relógio foi comprado posteriormente, quando os acusados temeram que o TCU determinasse a devolução dos presentes, para que fossem guardados pela União.
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