7 de setembro

Lula: 'A independência do Brasil ainda não está terminada'

O presidente realizou nesta quarta-feira (6/9) um pronunciamento em rede nacional, à véspera das celebrações do Dia da Independência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez pronunciamento em rede nacional na véspera do feriado de 7 de Setembro -  (crédito: Ricardo Stuckert)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez pronunciamento em rede nacional na véspera do feriado de 7 de Setembro - (crédito: Ricardo Stuckert)
Victor Correia
postado em 06/09/2023 20:57 / atualizado em 06/09/2023 22:14

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez, nesta quarta-feira (6/9), um pronunciamento à nação, às vésperas do feriado da Independência do Brasil, o 7 de Setembro. Segundo o presidente, "a independência do Brasil ainda não está terminada", e precisa seguir os pilares de democracia, soberania e união.

No discurso, Lula enfatizou algumas das ações do governo, como o anúncio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); celebrou o crescimento econômico e disse ter melhorado a relação com as demais instituições do país, com o Congresso Nacional e a sociedade. O presidente disse ainda que o 7 de Setembro não será um dia "nem de ódio, nem de medo, e, sim, de união".

"A independência do Brasil ainda não está terminada. Ela precisa ser construída a cada dia, por todos nós, sobre três grandes alicerces: democracia, soberania e união", declarou o presidente em seu pronunciamento. Ele defendeu que, em seu terceiro mandato, foram criados 1 milhão de novos postos de trabalho com carteira assinada no primeiro semestre do ano, e que o Produto Interno Bruto (PIB) do país voltou a crescer a índices não vistos desde 2010.

"Os servidores públicos federais tiveram reajuste, depois de seis anos com os salários congelados. O salário mínimo voltou a crescer acima da inflação. Aumentamos o valor destinado à alimentação escolar, após seis anos sem reajuste. O arroz, o feijão, o óleo de cozinha, o botijão de gás... Tudo ficou mais acessível", disse também. Os servidores se mobilizam, porém, contra o reajuste de apenas 1% previsto para o ano que vem. 

Defesa da Amazônia e de empresas estratégicas

Sobre a soberania, Lula afirmou que o país precisa defender as empresas estratégicas e bancos públicos, além de proteger a Amazônia. "É falar de igual para igual com qualquer país, e se fazer ouvir nos principais fóruns internacionais, seja sobre o enfrentamento da crise climática; a busca pela paz na Terra; o combate à fome e às desigualdades ao redor do mundo; e a luta pelo trabalho decente para todos os seres humanos", declarou.

O presidente pregou também a união, independentemente da preferência política ou "do time de futebol". Segundo ele, nos últimos oito meses, o governo combateu o discurso de ódio e o entendimento voltou a ser palavra de ordem. 

"Investimos no diálogo com o Congresso Nacional, os governos estaduais, as prefeituras, o Poder Judiciário, os partidos políticos, os sindicatos e a sociedade organizada. Por isso, amanhã não será um dia nem de ódio, nem de medo, e, sim, de união. O dia de lembrarmos que o Brasil é um só. Que sonhamos os mesmos sonhos", declarou o presidente.

Lula participa amanhã (7/9) do desfile de 7 de Setembro, em Brasília. Ao final do dia, ele embarca para a Índia, onde participará de reunião do G20.

Confira na íntegra o pronunciamento de Lula:

Mnhas amigas e meus amigos.

Amanhã é dia de comemorar a independência do Brasil.

O Brasil voltou a sorrir.

Nosso país voltou a crescer com inclusão social, distribuindo renda e combatendo as desigualdades.

No passado, quando o Brasil crescia, quem ganhava era apenas uma minoria já muito rica. Agora, quando a economia cresce, a vida melhora para todo mundo.

O PIB, que é a soma de toda a riqueza que o país produz, está crescendo – e não crescia tanto assim desde 2010.

A melhora do cenário econômico se traduz em mais oferta de empregos e melhores salários para todas as profissões e classes sociais.

No primeiro semestre deste ano, foram criados mais de 1 milhão de novos postos de trabalho com carteira assinada.

Oitenta por cento das negociações salariais, das mais diversas categorias profissionais, garantiram reajustes acima da inflação.

Aprovamos no Congresso a lei de igualdade salarial entre homens e mulheres. Trabalho igual, salário igual.

Os servidores públicos federais tiveram reajuste, depois de seis anos com os salários congelados.

O salário mínimo voltou a crescer acima da inflação.

Aumentamos o valor destinado à alimentação escolar, após seis anos sem reajuste.

O arroz, o feijão, o óleo de cozinha, o botijão de gás... tudo ficou mais acessível.

Milhões de famílias estão negociando suas dívidas em condições favoráveis e vão ficar novamente com o nome limpo na praça.

Mais empregos, melhores salários, menos dívidas, mais poder de compra. Comércio e indústria vendendo mais e contratando mais e mais trabalhadores.

Meus amigos e minhas amigas.

A independência do Brasil ainda não está terminada. Ela precisa ser construída a cada dia, por todos nós, sobre três grandes alicerces: democracia, soberania e união.

Democracia é a matéria prima para a realização dos nossos sonhos.

Se sonhamos com um bom emprego e um bom salário;
se sonhamos com a casa própria;
se sonhamos com nossos filhos e filhas na universidade;
se sonhamos com uma alimentação de qualidade para todo o povo brasileiro;
se sonhamos com um país melhor: é a democracia que vai dizer se teremos ou não as oportunidades para realizar nossos sonhos.

Democracia é o direito de participar das discussões que impactam as vidas das pessoas.

Por isso, nós criamos os conselhos sociais e trouxemos de volta as conferências nacionais, para que a sociedade nos ajude a desenhar as políticas públicas.

Por isso, nós fizemos o Plano Plurianual mais Participativo da história, para traçar as principais metas do governo para os próximos quatro anos.

Democracia é não apenas a matéria prima dos nossos sonhos. É também a ferramenta para torná-los realidade.

Meus amigos e minhas amigas.

O segundo alicerce da Independência é a Soberania.

Soberania é mais do que cumprir a importante missão de resguardar nossas fronteiras terrestres e marítimas e nosso espaço aéreo.

É também defender nossas empresas estratégicas, nossos bancos públicos, nossas riquezas minerais e fortalecer nossa agricultura e nossa indústria.

É preservar a Amazônia e os demais biomas. Nossos rios, nosso mar, nossa biodiversidade.

É falar de igual para igual com qualquer país, e se fazer ouvir nos principais fóruns internacionais, seja sobre o enfrentamento da crise climática; a busca pela paz na Terra; o combate à fome e às desigualdades ao redor do mundo; e a luta pelo trabalho decente para todos os seres humanos.

Soberania é, antes de tudo, combater todas as formas de desigualdade – seja de renda, de gênero ou de raça. É tornar igualitário o acesso à saúde, à educação, à segurança e aos bens culturais. É criar oportunidades para todos e todas.
Soberania é garantir a soberania do povo brasileiro.

Um povo soberano é um povo sem fome, com emprego decente, com acesso à saúde e à educação e com esperança.

Por isso, trouxemos de volta mais de 40 programas que fizeram do Brasil referência mundial em inclusão social.

Por isso, lançamos na semana passada o Brasil sem Fome, um conjunto de 80 ações e programas, para tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome, como havíamos tirado em 2014.

Por isso aprovamos o novo Marco Fiscal, com a ajuda do Congresso, para dar ao Brasil a oportunidade de voltar a crescer com responsabilidade.

Por isso, lançamos no mês passado o Novo PAC, o maior programa de investimentos da nossa história.

Com o novo PAC, que vai gerar 4 milhões de novos postos de trabalho, o Brasil volta a fazer as obras necessárias para a construção de seu futuro.

E o futuro será verde. Os investimentos do Novo PAC serão as alavancas que conciliarão o enfrentamento da crise climática, a reindustrialização do país, a transição energética e a redução das desigualdades sociais e regionais.

Vamos investir no Minha Casa Minha Vida, em mobilidade urbana, urbanização de favelas, saneamento básico, prevenção a desastres.

Vamos investir em novas Unidades Básicas de Saúde, maternidades, hospitais e centros de medicina especializada.

Vamos também investir fortemente na preparação do Brasil para enfrentar o risco de novas pandemias.

Com o Novo PAC, a educação voltará a ser prioridade, com investimentos da creche à pós-graduação – passando pelas escolas em tempo integral e a expansão da rede de Institutos e Universidades Federais.

Vamos alavancar a produção científica no país, e dar as oportunidades de um futuro melhor para as nossas crianças.

O Brasil será um lugar melhor para se viver.

Minhas amigas e meus amigos.

O terceiro alicerce da independência é a União. E união só se faz sem ódio.

O entendimento voltou a ser palavra de ordem.

Investimos no diálogo com o Congresso Nacional, os governos estaduais, as prefeituras, o Poder Judiciário, os partidos políticos, os sindicatos e a sociedade organizada.

Por isso, amanhã não será um dia nem de ódio, nem de medo, e sim de união. O dia de lembrarmos que o Brasil é um só. Que sonhamos os mesmos sonhos.

Que podemos ter sotaques diferentes, torcer para times diferentes, seguir religiões diferentes, ter preferência por este ou por aquele candidato, mas que somos uma mesma grande nação, um único e extraordinário povo.

Em apenas oito meses, recolocamos o Brasil no rumo da democracia, da soberania e da união. Do desenvolvimento econômico com inclusão social.

Vamos todos trabalhar juntos para, a cada dia, transformar em realidade nosso sonho de um Brasil mais desenvolvido, mais justo, mais solidário e mais independente.

Feliz 7 de setembro para todos.

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