O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR) avaliou, nesta quarta-feira (6/9), que a “justiça foi feita” com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli que anulou provas da leniência da Odebrecht contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O magistrado atendeu pedido da defesa do chefe do Executivo, apontando perseguição do cliente por meio de "conluio" entre procuradores e o juiz.
“A justiça foi feita. As provas de fato não são provas, foi fraudado um processo judicial, isso está mais do que evidente porque a acusação se uniu ao juiz que ia jogar a denúncia. E a maneira como as delações foram feitas, para se tentar produzir provas que não existiam, o ministro tem razão, beira a tortura. Tortura emocional, psicológica. Foram muitas vezes atrás de familiares, filhos, filhas de pessoas que eram suspeitas, bloquearam patrimônios de empresas”, observou Dirceu.
- Moro sai em defesa da "legalidade" da Lava-Jato, após decisão de Toffoli
- Dallagnol: maior erro do país foi "leniência do STF com corrupção de Lula"
- Irmão de Lula diz que o presidente foi "alvo de perseguição inédita"
- Gleisi: Lava Jato foi "a maior armação contra um grande líder"
Segundo o deputado, a Operação Lava Jato foi responsável por quebrar empresas, o que “gerou desemprego no país”. “Eu acho que foi uma decisão correta, que a gente já esperava há muito tempo e que não é uma decisão esporádica, ela se soma a uma série de outros fatos, uma série de outras decisões que prova que a condenação do presidente Luna foi ilegal, foi sem provas, feitas por um juiz parcial que tomou lado da acusação por objetivos políticos, até que depois ele virou ministro, depois virou candidato a presidente e depois senador”, alegou o petista.
Ao ser questionado sobre a análise da oposição de que a decisão do magistrado seria uma tentativa de reaproximação entre Toffoli e Lula, Zeca Dirceu afirmou que nem mesmo a oposição tem “coragem de defender as ilegalidades que a Lava Jato cometeu e a figura que se transformou – medíocre – o Sérgio Mono, eu não vejo na oposição gente com disposição para defendê-lo”.
“A Lava Jato acabou tendo como grande objetivo uma ação política eleitoral criminosa, que é tirar da disputa presidencial quem estava liderando as pesquisas em 2018, que era o presidente Lula. Eu acho que pouquíssimos brasileiros hoje têm dúvida em relação a isso, até porque tem as conversas, está lá o próprio juiz, está lá os procuradores tramando, confabulando, tentando criar fatos que não existiam, tentando criar situações para condenações que jamais poderiam ter acontecido, não só do presidente Lula, de vários outros que eram inocentes”, analisou ele.
O parlamentar acredita que o destaque na decisão do magistrado do Supremo é a determinação de que seja apurada a conduta dos membros da Lava Jato em relação a Lula. “Eu acho que aí está o mais importante da decisão do ministro Toffoli, porque ele delega a Controladoria-Geral da União, a Advocacia-Geral da União, a Polícia Federal, a apuração dos crimes, que aí sim tem crimes, tem provas, que o juiz cometeu, que os procuradores cometeram com muita gente, com muita testemunha, com muita gente que foi obrigada a fazer delação, e o prejuízo que isso trouxe para o país quando se quebrou empresas que eram lucrativas, que geraram milhões de empregos, e tinha inclusive já incidência internacional. As grandes construtoras brasileiras estavam disputando e ganhando obras nos Estados Unidos”.
“Então, eu acho que o mais importante dessa decisão é que agora ele dá consequência para que os crimes sejam apurados, para que as denúncias contra os procuradores, contra o ex-juiz sejam fortalecidas e um dia eles venham a pagar conforme a Justiça, a lei prevê. Nós não queremos fazer aqui o que eles fizeram. Vamos continuar com a presunção de inocência, com o direito à defesa, mas o julgamento deles uma hora vai chegar e eu tenho muita certeza que eles vão pagar pelo mal que fizeram ao país, ao presidente Lula e a tantos outros”, pontuou ele.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br