CONGRESSO

CPMI do 8/1 ouvirá general Dutra, na próxima semana

Além de ex-chefe do Comando Militar do Planalto, colegiado vai ouvir a ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e delegada da PF Marília Ferreira de Alencar

General Dutra já foi ouvido pela CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, onde ele negou ter impedido desmobilização de acampamentos em frente aos quarteis-generais do Exército após o segundo turno das eleições -  (crédito: Hugo Batista/CLDF)
General Dutra já foi ouvido pela CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, onde ele negou ter impedido desmobilização de acampamentos em frente aos quarteis-generais do Exército após o segundo turno das eleições - (crédito: Hugo Batista/CLDF)
Ândrea Malcher
postado em 06/09/2023 18:33

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro contará na próxima semana com os depoimentos da ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e delegada da Polícia Federal (PF), Marília Ferreira de Alencar, na terça-feira (12/9), e do ex-chefe do Comando Militar do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, na quarta (14).

Ambos já foram ouvidos pela CPI dos atos antidemocráticos que ocorre simultaneamente na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Marília alega que foi alertado com antecedência a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP) sobre os riscos que a mobilização para as manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentavam à capital. As informações estariam contidas, inclusive, em um relatório que teria sido usado na formulação do Plano de Ações Integradas (PAI).

A delegada da PF foi alvo de oito requerimentos de convocação, inclusive um de autoria da relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA). “Em razão da função que ocupava, espera-se que a Senhora Marília possa trazer informações relevantes para a condução dos trabalhos desta comissão”, justificou Eliziane.

Dutra, que teve a convocação pedida em nove requerimentos, deverá dar explicações sobre o acampamento em frente ao quartel-general do Exército, que além de ter abrigado manifestantes que defendiam uma intervenção das Forças Armadas que impedisse o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de assumir o cargo, abrigou vândalos dos prédios dos Três Poderes. À CPI da CLDF, o militar negou que ele ou o Exército tenham impedido a desmobilização do acampamento.

“De acordo com as conclusões do relatório do interventor federal, Ricardo Capelli, que foi elaborado no sentido de analisar e esclarecer as ações de segurança pública do Distrito Federal relacionadas aos atos de vandalismo verificados nos ataques de 8 de janeiro, a permanência do acampamento na Praça dos Cristais, no Setor Militar Urbano, em frente ao quartel-general do Exército, deu apoio logístico para que as ações do dia 08 fossem desencadeadas”, diz um trecho da solicitação de autoria dos deputados Duarte Jr (PSB-MA) e Duda Salabert (PDT-MG).

Restam nove sessões da CPMI para que os trabalhos sejam encerrados dentro da previsão do presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA), em 17 de outubro. A lista de convocados, no entanto, conta com 30 nomes.

O acordo da mesa diretora estabelece que governistas e aliados teriam direito a convocar seis pessoas, enquanto a oposição poderia chamar três. Alguns dos depoimentos já aprovados mas que ainda não ocorreram estão o do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Jair Bolsonaro (PL), Augusto Heleno; do general Walter Braga Neto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil; além da reconvocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, para tratar dos desdobramentos no escândalo da venda de joias da Presidência.

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