Fortaleza

Lula sobre Bolsonaro: "Deve estar coçando as unhas e certamente não voltará"

"O mandato para quem está no governo passa muito rápido. Para quem está na oposição esperando a vaga, demora muito", alfinetou Lula

Lula esteve em Fortaleza onde participou da cerimônia comemorativa de 18 anos de criação do Programa Agroamigo e de 25 anos do Programa Crediamigo -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
Lula esteve em Fortaleza onde participou da cerimônia comemorativa de 18 anos de criação do Programa Agroamigo e de 25 anos do Programa Crediamigo - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
Ingrid Soares
postado em 01/09/2023 16:34 / atualizado em 01/09/2023 16:34

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alfinetou nesta sexta-efira (1°/9) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao falar sobre microcrédito e produtores rurais, o chefe do Executivo disse que o Brasil será o país mais respeitado do mundo, mas lamentou dizendo que seu mandato está acabando. 

"É chato porque o mandato está acabando, só faltam 3 anos e 4 meses porque oito meses já comemos". Foi então que o petista ironizou seu oponente político.

"O mandato para quem está no governo passa muito rápido. Para quem está na oposição esperando a vaga, demora muito. O Bolsonaro deve estar coçando as unhas e mordendo porque vai demorar para ele. Vai demorar e certamente ele não voltará", disse sendo ovacionado pelo público presente.

No dia 30 de junho, a maioria dos ministros do TSE tornou Bolsonaro inelegível por oito anos por ter cometido irregularidades eleitorais. O TSE entendeu que o ex-presidente cometeu abuso de poder político por usar o cargo para obter vantagem eleitoral. A reunião, na ocasião, realizada com embaixadores meses antes das eleições de 2022, foi transmitida pela TV Brasil.

Lula participou nesta sexta-feira (1°/9) da cerimônia comemorativa de 18 anos de criação do Programa Agroamigo e de 25 anos do Programa Crediamigo, em Fortaleza, no Ceará.

O Crediamigo, que completa 25 anos em 2023, tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento socioeconômico dos empreendedores e empreendedoras, por meio de produtos e serviços de microfinanças e orientação empresarial, de forma sustentável, oportuna e de fácil acesso. O programa atende atualmente cerca de dois milhões de pessoas em quase dois mil municípios e conta com uma carteira ativa próximo a R$ 5 bilhões. Entre seus clientes, 18% têm renda familiar mensal de até R$ 700 e 16% têm renda familiar de R$ 700 até R$ 1 mil.

Já o Agroamigo, que celebra 18 anos, tem como missão o desenvolvimento da agricultura familiar, mediante a concessão de microcrédito rural, produtivo, orientado e acompanhado, de forma sustentável, promovendo a geração de renda, inclusão produtiva, diversificação de atividades e melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares na Região Nordeste.

O programa atende atualmente 1,3 milhão de produtores rurais com microcrédito e conta com uma carteira ativa de R$ 6,6 bilhões. O perfil dos clientes desta modalidade mostra que 75% estão na região do semiárido e quase a metade (47,5%) são mulheres.

Juros altos

No evento, Lula também disse esperar que "alguns economistas" entendam que "o dinheiro que existe nesse país precisa circular nas mãos de muita gente" e defendeu a queda de juros.

"Não pense que eu acho que o juro está baixo. O juro ainda está alto. Porque 2,16% ao mês é muita coisa. Dá quase 30% ao ano, porque é juros sobre juros. Então, eu acho que nós precisamos baixar ainda. Obviamente que nós também não queremos quebrar o banco, porque o banco tem que dar o lucro. Porque se quebrar, vai ser muito pior para nós".

Lula ainda voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dizendo que se "esse cidadão, se ele conversa com alguém, não é comigo",

"Nós temos que ter dinheiro para investir. E dinheiro para ser investido a juros baratos. Por isso é que o cidadão do Banco Central precisa saber que ele é presidente do Banco Central do Brasil e não do Banco Central de um país que não seja o Brasil, e que precisa baixar o juros. Não é possível", disse.

"Então, nós vamos continuar brigando. É importante vocês saberem: o presidente do Banco Central não foi indicado por nós. Ele foi indicado pelo presidente anterior. E o Banco Central agora é autônomo. Não tem mais interferência da Presidência da República e conversar. Esse cidadão, se ele conversa com alguém, não é comigo. Ele deve conversar com quem o indicou. E quem o indicou não fez coisas boas nesse país. A sociedade brasileira vai descobrir com o tempo", concluiu.

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