O governo federal decidiu reduzir o número de servidores, militares e entidades que participam do Desfile da Independência no 7 de Setembro deste ano. A ideia, de acordo com fontes do Palácio do Planalto ouvidas pelo Correio, é despolitizar o feriado de grande importância para a história nacional. A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai tentar, por meio do evento, afastar o bolsonarismo da imagem das Forças Armadas.
A celebração foi usada politicamente pelo então presidente Jair Bolsonaro, nos últimos quatro anos, para ameaçar instituições democráticas e fazer uma falsa alusão dos militares como "poder mediador" na democracia do país. O desfile terá as cores tradicionais verde e amarela, da bandeira nacional, mas que foram usadas por Bolsonaro e apoiadores durante a campanha eleitoral do ano passado.
No entanto, auxiliares do presidente Lula ressaltaram que o momento é importante para destacar o regime democrático e deixar claro que as Forças Armadas são instituições de Estado, e não de governo, e que têm papel relevante na ordem democrática brasileira, como a garantia de realização das eleições nas áreas mais remotas do país. Neste enxugamento da celebração, a Polícia Federal, que sempre desfilou, ficará de fora neste ano.
A decisão foi tomada em meio a uma pressão dos militares, que se incomodam com o crescimento protagonismo da corporação, tanto na segurança presidencial e da cúpula do governo quanto em operações que estão sendo deflagradas contra atos golpistas, investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O tema desta edição será 7 de Setembro: democracia, soberania e união.
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As Forças Armadas serão exaltadas como entidade responsável pela proteção da Amazônia, constantemente alvo de garimpeiros ilegais e da cobiça de nações estrangeiras. Lula deve fazer um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na noite de 6 de setembro. Porém, no dia do desfile a ordem é de que não devem ocorrer discursos. Apenas autoridades fundamentais para a liturgia do evento subirão no palanque, e personalidades possivelmente não serão chamadas para ficar no local reservado a integrantes dos Três Poderes.
A intenção é seguir um caminho contrário ao de Bolsonaro, que usava o evento para trazer até mesmo empresários a Brasília, como Luciano Hang, das Lojas Havan, e apoiadores políticos, mesmo sem cargo público. O então chefe do Executivo também fez discursos exaltados na Esplanada dos Ministérios, em trios elétricos, inclusive com ataques a ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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