O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu, das mãos do governador Romeu Zema (Novo), nesta segunda-feira (28/8), o título de cidadão honorário de Minas Gerais, concedido pela Assembleia Legislativa (ALMG). Em discurso, o mandatário mineiro afirmou que sempre encontrou portas abertas na antiga gestão do Palácio do Planalto e citou uma série de ações tomadas em conjunto em prol do estado
Zema lembrou da concessão do Metrô de BH, afirmando que há recursos cedidos pela gestão Bolsonaro e outras obras por Minas Gerais. "Trabalhei para retomar o respeito do Brasil por Minas e posso afirmar que tivemos muitos avanços. Nesses quatro anos as portas do governo Bolsonaro estiveram sempre abertas aos nossos pedidos, éramos ouvidos não como quem cumpre uma obrigação, mas com a atenção de quem quer alcançar soluções", disse.
O breve discurso do governador ainda proferiu citações indiretas à gestão de Fernando Pimentel (PT) e dos presidentes petistas, Lula e Dilma Rousseff. Zema afirma que o estado era mal tratado e que a 'desculpa era alinhamento político'. "Ao longo do processo de redemocratização do Brasil, Minas foi aos poucos sendo deixada de lado e as demandas históricas que dependiam de Brasília se transformaram em uma eterna promessa", disse.
Já Bolsonaro alinhou o discurso com o governador, falou que não é fácil ser chefe de executivo, mesmo de cidades pequenas, e elogiou Zema, lembrando que ele não é político de carreira. "A política está no sangue do homem e da mulher. Mas não é fácil. Há ingratidão e decepção. Peguei os quatro anos mais atribulados dos últimos anos", disse o ex-presidente.
O capitão reformado continuou de maneira ideológica dizendo que "resgatou" o sentimento "verde e amarelo" e leu o que chamou de "decálogo" da direita, uma espécie de estatuto do Partido Liberal (PL), afirmando ser a favor da família e contra as drogas, por exemplo. "Peço a Deus que ilumine a todos nesse Brasil e que nosso país não sofra as dores do comunismo", completou.
O ex-presidente se sentou à mesa ao lado do governador Romeu Zema, do presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Martins Leite (MDB), do deputado federal Domingos Sávio (PL-MG) e do deputado estadual Coronel Sandro (PL), autor do requerimento de cidadania honorária.
O último relembrou da facada sofrida por Bolsonaro em Juiz de Fora, durante campanha eleitoral em 2018, e afirmou que ele está sendo vítima de perseguição atualmente com as investigações em relação à venda ilegal de joias da presidência da República. "Moralmente somos melhores que eles (esquerda)", disse Coronel Sandro.
Posse da executiva do PL
Mais cedo, Bolsonaro participou da
posse simbólica da executiva mineira do PL.
Durante o evento, Domingos Sávio (PL) oficializou a pré-candidatura do deputado estadual Bruno Engler (PL) para a prefeitura de Belo Horizonte, que volta a concorrer ao Executivo da capital após um segundo lugar em 2020.
O parlamentar é o primeiro vice-presidente da legenda em Minas Gerais e um dos aliados mais próximos do ex-presidente no estado. Bolsonaro desembarcou no Aeroporto de Confins no início da manhã. No trajeto até o Centro da cidade foram espalhadas faixas criticando a vinda do ex-presidente, lembrando o escândalo da venda ilegal das joias.