Se os petistas estão decepcionados e críticos em relação às primeiras votações de Cristiano Zanin no Supremo Tribunal Federal (STF), o mesmo sentimento não vigora no setor conservador, de direita e bolsonarista do Congresso Nacional.
Atuante nos bastidores a favor da indicação de Zanin e também na aprovação de sua sabatina no Senado, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), vice-presidente da Câmara e um dos principais líderes da bancada evangélica na casa, elogiou os primeiros votos do ex-advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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O deputado afirmou ao Correio que suas posições não o surpreendem.
"Estive pessoalmente na sabatina do Zanin, atuei nos bastidores por sua aprovação. Ele foi muito categórico, e disse: 'sou de família católica, tradicional, paulistana, praticante. Tenho muito orgulho do meu trabalho como advogado do Lula, mas meu comportamento condiz com meus valores. Minha essência é essa'. Ou seja, ele votou com a consciência dele, e isso deve ter assustado o PT", disse Sóstenes Cavalcante.
Para o deputado, estava claro para a bancada evangélica que Zanin adotaria essas posições, dada suas conversas com o grupo, na época da sabatina. Cavalcante disse também que Lula não o escolheu por suas posições ideológicas, mas por seus serviços prestados ao petista. Foi Zanin quem conseguiu livrar Lula das condenações e amarras jurídicas que o mantinham preso e ainda o tornou elegível.
"O Lula não botou ele no STF por causa de seu viés ideológico, mas por gratidão, por serviços prestados. Lula nem sequer deve ter questionado isso. E méritos do Lula por isso. Agora, se produz incômodo no PT, o partido que chore para lá suas pitangas. O Zanin, repito, se apresentou como católico, de família tradicional paulista, casada com a mesma mulher, tem filhos. O que ele está querendo dizer? Nem precisei perguntar. Quando ele (Zanin) diz isso, está dada a senha".
O indicado por Lula para o STF desagradou a petistas por ter votado contra a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal, se posicionou contra a maioria dos ministros pelo reconhecimento da homotransfobia como injúria racial e se mostrou ser contra o princípio da insignificância ao se manifestar a favor da manutenção da prisão de dois homens que furtaram um macaco hidráulico, dois galões para combustível e uma garrafa com óleo diesel, total de bens avaliados em R$ 100,00.
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