Supremo

Zanin decepciona eleitores de Lula ao votar contra descriminalização

Ministro André Mendonça pediu vista para se aprofundar na matéria que trata da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal

O ministro Cristiano Zanin, recentemente indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a cargo no Supremo Tribunal Federal (STF) foi, até o momento, o único a votar contra a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. A posição do  desagradou eleitores do petista nas redes sociais. Até o momento, 5 ministros votaram favoráveis.

Na sessão desta quinta-feira (24/8), Zanin se posicionou favorável ao artigo da Lei de Drogas (11.343/2006) que prevê penas a usuários, como advertência sobre os efeitos, prestação de serviços à comunidade e medidas socioeducativas.

Contudo, ele defendeu que sejam estabelecidos critérios objetivos para diferenciar usuários de traficantes, tendo como base o porte de 25g de maconha ou seis plantas fêmeas. Ainda assim, a depender do caso, a pessoa que tiver menos do que o determinado pode ser classificado como traficante.

A presidente da Corte, ministra Rosa Weber, e os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso se posicionaram favorável. 

Ministro Gilmar Mendes, que já havia votado, pediu para fazer ajustes. Anteriormente ele havia se posicionado favorável a liberação do porte de uso pessoal de qualquer droga, mas hoje decidiu alterar e se posicionar favorável a descriminalização apenas da maconha. 

Os ministros divergiram na sugestão da quantidade objetiva que irá diferenciar usuário de traficante. Weber, Gilmar e Alexandre de Moraes apontaram que 60g deve ser o padrão, enquanto Barroso recomendou que fosse 100g.

O ministro André Mendonça pediu vista para que pudesse se aprofundar mais no tema. Ele tem 90 dias para devolver a pauta.

Além de Mendonça, ainda devem votar os ministros Nunes Marques, Cármen Lúcia,  Luiz Fux e Dias Toffoli. 

Homofobia como injúria

Nos últimos dias, o ministro Cristiano Zanin também votou contrário a equiparar homofobia e transfobia ao crime de injúria racial. A votação, que ocorreu nessa terça-feira (22/8), terminou com 9 votos favoráveis e apenas um contra.

O ministro André Mendonça se declarou impedido por ter atuado na causa enquanto advogava. Com a decisão, ofensas contra a população LGBTQIA+ tem penas de 2 a 5 anos e multa.