CPI DAS PIRÂMIDES FINANCEIRAS

CPI pede à Justiça que Ronaldinho Gaúcho seja impedido de sair do Brasil

Ronaldinho e o irmão seriam sócios de empresa que atua com trading de criptomoedas. Eles afirmam que o nome do ex-jogador foi usado sem autorização

A Comissão Parlamentar de Inquérito das Pirâmides Financeiras pediu à Justiça Federal do Rio de Janeiro que o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho seja impedido de sair do Brasil. Ele e o irmão seriam sócios da empresa 18K Ronaldinho, que atua com trading e arbitragem de criptomoedas. A empresa é acusada de não passar a custódia das moedas virtuais a seus clientes, que tinham a promessa de rendimentos de até 2% ao dia. O ex-jogador tinha depoimento marcado para quinta-feira (24/8), mas não compareceu à CPI.

Em ofício, acessado pela CNN, a comissão fez o pedido em caráter de urgência e solicitou que o impedimento de sair do país valha até que Ronaldinho preste depoimento na Comissão. Ele já deixou de comparecer à CPI duas vezes nesta semana. Na terça-feira (22/8), o ex-jogador alegou que não tinha sido intimado. Já na quinta (24/8), ele disse que não conseguiu pegar o voo devido ao "mau tempo" em Porto Alegre.

O pedido da CPI vem após a defesa do ex-jogador afirmar que Ronaldinho vai viajar para o exterior nesta sexta-feira (25/8). “A saída da testemunha do país, prevista para o dia 25 de agosto de 2023, frustra completamente a investigação em curso por parte desta CPI, motivo pelo qual a decretação da proibição do depoente deixar o país se faz urgentíssima”, diz trecho do ofício da CPI.

Ronaldinho conseguiu, no Supremo Tribunal Federal (STF), habeas corpus para permanecerem em silêncio. Em depoimento na CPI, o irmão do ex-jogador, Roberto Assis Moreira, afirmou que eles nunca foram donos da 18K Ronaldinho e que ambos são vítimas de dois outros sócios da empresa. "Eles utilizaram o nome e a imagem do meu irmão sem autorização. Não autorizamos o uso de imagem nem o uso de exploração", disse.

Após a ausência de Ronaldinho na CPI, o presidente da comissão, deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), afirmou que irá pedir condução coercitiva do depoente.