homenagem

Último tributo ao ex-senador Dornelles será realizado na FGV

Fundação, que leva o nome do ex-presidente — um dos parentes do ex-ministro dos governos Sarney e FHC —, receberá o velório. Ele morreu aos 88 anos, depois de quase quatro meses internado

Por Raphael Pati*

O ex-governador e ex-senador Francisco Dornelles será velado, hoje, na sede da Fundação Getúlio Vargas, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A escolha do local para a homenagem não foi por acaso: ele era primo em segundo grau do ex-presidente Getulio Vargas, além de sobrinho de outros dois ex-chefes do Executivo Federal: o general Humberto Castelo Branco, primeiro presidente da ditadura militar, e Tancredo Neves, o primeiro da redemocratização do país.

A cerimônia está marcada para começar a partir das 11h e deve se encerrar às 15h. A FGV não confirmou se haverá permissão para que a população compareça à despedida de Dornelles ou se será reservada somente aos parentes e amigos. O ex-governador morreu na última quarta-feira, aos 88 anos, no Hospital Pró Cardíaco, também em Botafogo, desde o final de maio.

Apesar de ser mineiro de Belo Horizonte, Dornelles fez toda a carreira política no Rio de Janeiro. Além de tê-lo representado no Parlamento, foi governador por sete meses, por conta de problemas de saúde e, posteriormente, da prisão do então ocupante do Palácio Guanabara, Luiz Fernando Pezão. Foi Dornelles quem passou o governo do estado, em 2019, para Wilson Witzel, que meses depois sofreu um processo de impeachment.

Ele era bacharel, mestre e doutor em direito pela Universidade do Brasil, hoje a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Estudou em Harvard, nos Estados Unidos, entre 1965 e 1966, onde obteve a especialização em finanças públicas e tributação com cursos no exterior. Também estudou finanças públicas na Universidade de Nancy, na França.

Foi por causa do conhecimento que tinha em orçamento que foi alçado ao posto de secretário da Receita Federal, durante a Presidência do general João Figueiredo — o último governo da ditadura militar. Apesar dessa colaboração, isso não o impediu de ser convidado por Tancredo para assumir o Ministério da Fazenda. Apesar da morte do então presidente, o vice e sucessor José Sarney o manteve no cargo — do qual se desligou pouco meses depois.

Dornelles também foi deputado constituinte e esteve na Câmara como representante do eleitor fluminense por cinco mandatos, entre 1987 e 2007. Depois disso, elegeu-se senador por apenas um mandato de oito anos.

*Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi