LUTO

No Rio, Castro decreta luto oficial de três dias em homenagem a Dornelles

O falecimento de Dornelles causou ampla comoção no meio político. Por meio das redes sociais, Castro ressaltou ainda seu "precioso legado marcado pela capacidade de diálogo e luta pela democracia"

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), decretou luto oficial de três dias pela morte do presidente de honra do Progressista, Francisco Oswaldo Neves Dornelles. Por meio das redes sociais, Castro ressaltou ainda seu "precioso legado marcado pela capacidade de diálogo e luta pela democracia".

Com uma carreira política robusta, Dornelles foi secretário da Receita Federal no governo João Figueiredo, ministro da Fazenda durante o governo José Sarney e, no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, foi ministro da Indústria, Comércio e Turismo. Já no segundo mandato de FHC, ficou à frente do Ministério do Trabalho e do Emprego. Foi eleito deputado federal e senador da República pelo Rio de Janeiro e fez parte da Assembleia Nacional Constituinte, ajudando a aprovar a Constituição Federal de 1988.

Nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1935, fazia parte de uma família de ampla veia política. Era parente de três ex-presidentes da República. Por parte de pai, era primo de segundo grau do ex-presidente Getúlio Vargas. Pela da mãe, sobrinho dos ex-presidentes Tancredo Neves e Castelo Branco, além de ter como tio Ernesto Dornelles, que já foi senador e governador do Rio Grande do Sul. O falecimento de Dornelles causou ampla comoção.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), relatou que, nos últimos 20 anos, sempre ouvia seus conselhos antes de tomar decisões políticas.

"Tive a honra de receber seu apoio em várias eleições e, muito especialmente, ter tido a sorte de ouvir seus conselhos e "causos". Nos últimos 20 anos não fiz um movimento sequer em minha trajetória política sem ouvi-lo antes. Homem público honrado, amigo leal, pai e marido amoroso Dornelles deixará muitas saudades".

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), definiu o ex-governador como "um exemplo de homem" e "referência política nacional".

"O PP perdeu o seu presidente de honra, o ex-deputado federal, ex-senador, ex-ministro e ex-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles. Ex-presidente do partido, ao longo de sua trajetória política Dornelles é referência política nacional e um exemplo de homem que fazia a política maior. Meus sentimentos aos familiares e amigos".

Em nota de pesar, o Progressistas o caracterizou como um "grande homem público, defensor da democracia e do diálogo" que deixa "um imenso vazio na política brasileira" além de "um legado de ética, responsabilidade, humildade e dedicação ao Brasil".

O presidente da sigla, Ciro Nogueira, relatou que teve em Dornelles a figura de um professor e se referiu a ele como um "ícone".

"Em minha vida política tive a sorte de ter ótimos professores, com os quais aprendi muito. Mas nenhum ensinou tanto quanto Francisco Dornelles. Meu grande líder, que dava aula com suas ações, com suas palavras e até mesmo com seu silêncio. Hoje lamentamos a perda de um dos maiores homens públicos que este país já viu. Francisco Dornelles foi mais do que exemplo, foi ícone. Tudo o que fez, o fez com excelência, ética e, acima de tudo, com amor. Pelo Brasil, pelo seu Rio de Janeiro, pelo nosso povo. Nós, Progressistas, nos despedimos de nosso presidente de honra, mas com a certeza de que seu legado será perpetuado em cada um de nós. Meus sentimentos aos amigos e familiares".

O líder do Progressistas na Câmara dos Deputados, André Fufuca (PP-MA), lamentou a morte de Dornelles o qual apontou como "exemplo de homem público".