Sem alarde, um grupo de deputados da bancada ruralista se reuniu no final da tarde de terça-feira (22) com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e trataram de alterações na composição da CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). O objetivo é que a oposição volte a formar maioria na comissão e derrote o governo em votações nas reuniões e também no relatório final, que ainda não há data para ser votado.
Se encontraram com Lira, entre outros, o presidente da CPI, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), Pedro Lupion (PP-PR), que é o coordenador da bancada ruralista, e as deputadas Caroline De Toni (PL-SC) e Bia Kicis (PL-DF). Estava presente também o deputado Tião Medeiros (PP-PR), que é suplente, mas pode ser remanejado e virar titular.
- Arthur Lira: "Se o Brasil não tivesse Centrão, seria uma Argentina"
- Lira nega crise com o governo e anuncia votação do arcabouço fiscal
- Lula: Lira é nosso adversário, mas preciso dele para votar projetos
Essa reação da oposição é contra a mobilização do governo, que trocou nomes na CPI e teria agora a maioria. O Correio apurou participantes do encontro que Arthur Lira teria dado seu aval, ainda que alterações de membros da comissão dependam das lideranças dos partidos.
Na mesa em que se deu a conversa entre eles, havia um mapa com os nomes dos titulares e suplentes. O relator do colegiado, Ricardo Salles (PL-SP), não participou do encontro. Na semana passada, Salles e Lupion discutiram em um dos corredores da Câmara, bate-boca testemunhado pelo Correio. O relator chegou a dizer ao colega que a oposição foi humilhada pelo governo com as alterações dos titulares. Ele criticou a falta de apoio de setores ruralistas e do Centrão.
"Desde a semana passada, estamos vendidos aqui na CPI. Fomos humilhados aqui pelo governo. Chegaram e tiraram fulano, tiraram sicrano (se referindo às trocas de parlamentares na comissão, indicando governistas) Tive que cancelar reunião", disse Salles na conversa.
Em outro trecho, o relator afirmou: "o Centrão faz o seguinte: põe o governo na fogueira e pede alguma coisa. Não consegue o que quer, bota o governo na fogueira", disse ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro. Num terceiro momento, Salles diz a Lupion que não gosta de ser feito de palhaço. "Não vou ser feito de palhaço aqui. Sou leal com todo mundo".
Saiba Mais
-
Política Bolsonaro diz que não pagou por 'harmonização': 'Foi 0800'
-
Política Bolsonaro vai receber o título de cidadão honorário de Minas Gerais
-
Política 'Imenso erro', diz Flávio Dino sobre envolvimento de militares na política
-
Política Presidente da CPMI se reúne com Múcio e comandante do Exército
-
Política Entidades cobram Pacheco para que Marco Temporal seja enviado a comissões
-
Política Perto de caducar, Câmara aprova MP de reajuste aos servidores públicos