Relações Internacionais

Em Joanesburgo, Lula critica o 'neocolonialismo verde' novamente

O presidente voltou a condenar "barreiras comerciais e medidas discriminatórias" impostas por países desenvolvidos aos emergentes, em discurso no Fórum Empresarial do Brics, na África do Sul

Em viagem à África do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o que chamou de “neocolonialismo verde”. Em discurso no Fórum Empresarial do Brics, nesta terça-feira (22/8), em Joanesburgo, Lula disse que o Brasil passará a focar na transição energética por meio das ações previstas no Plano de Transformação Ecológica, contemplado no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O petista reforçou, ainda, a necessidade de cooperação entre os países membros para trabalhar em uma agenda comum de combate às desigualdades, à pobreza extrema, à crise climática e na busca pela transição ecológica.

“Também daremos prioridade à geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel. É enorme o nosso potencial de produção de hidrogênio verde (...) Não podemos aceitar o neocolonialismo verde, que impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias sob o pretexto de proteger o meio ambiente”, disse o presidente.

Não é a primeira vez que o petista critica o tema. A questão, que é um dos entraves do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, já foi rebatida por Lula, que alegou que “parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções”.

Ainda durante o discurso, Lula defendeu a remuneração justa dos serviços ambientais e ecossistêmicos que as florestas tropicais fornecem para o mundo. “Os produtos da sociobiodiversidade podem gerar emprego e renda e oferecer alternativas à exploração predatória de recursos naturais. Para que nossa integração econômica e produtiva floresça, será preciso ampliar as conexões entre os dois lados do Atlântico. Esses são os pilares do nosso Plano de Transformação Ecológica”, argumentou.

*Estagiário sob supervisão de Thays Martins