INVESTIGAÇÃO

Advogado deixa defesa de Michelle Bolsonaro no caso das joias

Daniel Bialski anunciou que a defesa da ex-primeira-dama será encaminhada pelos mesmos advogados que representam Jair Bolsonaro

O advogado Daniel Leon Bialski deixou a defesa de Michelle Bolsonaro. Até então, ele que era responsável pela por representar a ex-primeira-dama no inquérito que investiga a venda ilegal de bens da União. Ao Correio, o juristou afirmou, nesta terça-feira (22/8), que a decisão de deixar o caso foi tomada por ela e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele disse que vai "respeitar” a vontade dos envolvidos. 

A partir de agora, a defesa de Michelle Bolsonaro será de responsabilidade dos profissionais que também cuidam de ações do ex-chefe do Executivo. “Os advogados que atualmente representam o ex-presidente Jair Bolsonaro poderão e a representarão habilmente, daqui por diante, neste caso”, afirmou Bialski.

O inquérito em questão é referente às milícias digitais, em que aponta a existência de uma organização criminosa que se articularia digitalmente, em núcleos político, de produção, de publicação e de financiamento, com a finalidade de atentar contra a democracia no Brasil. O caso das joias sauditas faz parte do mesmo processo. 

Daniel Bialski foi contratado depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra de sigilo bancário da ex-primeira-dama. Os motivos para o advogado deixar o caso seriam “de foro íntimo”. No entanto, circula nos bastidores comentários sobre divergências entre a estratégia do criminalista e a defesa do ex-presidente.

Os advogados de Jair Bolsonaro defendem uma unificação das estratégias e temem que uma representação separada poderia levar a caminhos divergentes na investigação. A então defesa de Michelle, por outro lado, sugeria a separação, já que ela está elegível e uma possível condenação poderia prejudicar uma possível carreira política dela. 

Atualmente, Daniel Bialski também é responsável pela defesa da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que foi acusada pelo hacker Walter Delgatti Neto de intermediar um encontro com Jair Bolsonaro, que tinha como objetivo de grampear o telefone de Alexandre de Moraes para colocar em dúvida o processo eleitoral brasileiro.