África do Sul

Lula: com Brasil presidente, prioridade do Brics será desigualdade

No programa Conversa com o Presidente desta terça-feira (22/8), o presidente frisou ainda que o bloco começa a ganhar mais relevância no cenário internacional

O Brics terá como prioridade, a partir da posse do Brasil como presidente do bloco em 2025, o combate à desigualdade, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira (22/8). Lula está na África do Sul, onde participa, a partir desta terça-feira (22/8), da cúpula do bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O presidente frisou ainda que o Brics começa a ganhar mais relevância no cenário internacional e que "as pessoas começam a perceber que o Brics não é pouca coisa não". Ele comentou o tema durante a transmissão do Conversa com o Presidente, seu programa semanal de entrevistas.

"No ano que vem, a Rússia é que vai presidir os Brics. Em 2025, é o Brasil que vai presidir. Quando for o Brasil, o tema principal será a gente acabar com a desigualdade racial, desigualdade de gênero, na educação, na saúde, no salário. É tudo desigual, num mundo em que poucos têm muito, e muitos não têm nada. Então, eu vou provocar essa discussão", declarou Lula.

Ele citou estudo da Food and Agriculture Organization (FAO), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), que 735 milhões de pessoas passam fome no mundo. "Há algo errado, e o algo errado é que a distribuição de riqueza é mal feita no mundo. Apenas meia dúzia tem tudo, e os milhões e bilhões não têm nada", pontuou o petista.

"Não é pouca coisa"

Lula defendeu ainda que os países que compõem o Brics não querem ser um contraponto aos blocos de países ricos, como o G7 e o G20, mas sim "criar algo que nunca existiu". Ele também destacou que o grupo vem ganhando relevância, inclusive com novos países querendo aderir ao bloco. "O Brics começa a se colocar como uma coisa muito importante no planeta. As pessoas começam a perceber que o Brics não é pouca coisa não", frisou.

A Cúpula do bloco tem início hoje e vai até quinta-feira (24/8), em Joanesburgo. Entre os principais temas a serem tratados estão a entrada de novos países, incluindo os critérios a serem seguidos, a criação de uma moeda comum, a guerra entre Rússia e Ucrânia, transição energética e mudanças climáticas.