A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que colheu nesta quinta-feira (17/8) o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto, pode incluir no relatório final da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em pelo menos quatro crimes. É o que afirma o senador Randolfe Rogrigues (Sem partido-AP). De acordo com ele, podem constar na lista os crimes de golpe de Estado, alta acusação, incitação ao crime e escuta ilegal.
“Esses quatro tipos penais podem, ao final do relatório da CPMI, representar o indiciamento do senhor Bolsonaro a pelo menos 18 anos de prisão”, opina o entrevistado do CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — desta sexta-feira (18/8).
Juntamente à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, a qual Randolfe participou, o ex-presidente acumula duas comissões de inquérito para indiciar a mesma pessoa na sequência de crimes. “Eu acho que ele tem muitas explicações para dar à Justiça”, aponta Randolfe.
O senador lembra ainda que, por mais que o foco atual seja na CPMI, ainda há casos mais antigos, como o das joias sauditas. Ontem, Bolsonaro foi alvo de uma quebra de sigilo bancário, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e foi surpreendido com a revelação do advogado do ex-ajudante de ordens Mauro Cid de que ele seria apontado como mandante das vendas dos presentes.
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Para o senador, constrói-se um caminho para uma delação com Mauro Cid. “Eu acho que está apontando um caminho, com essa primeira confissão, para o que pode ser uma delação que pode revelar muitos outros crimes cometidos pelo ex-presidente”, acrescenta. “Eu acho que nós temos elementos para chamar muita gente para a CPMI”, completa.
Ataques extremistas
Randolfe afirma também, na entrevista, que todos que participaram de ataques extremistas no país precisam ser identificados. “Vamos dar nome a todos que praticaram os atos de 12 de dezembro, de 24 de dezembro, aqui em Brasília, e de 8 de janeiro. Terroristas atentam contra a ordem democrática. Queriam colocar bombas que poderiam levar milhares de inocentes à morte. Então, não tem outro nome para isso no mundo, não se denomina de outra coisa quem faz, quem arquiteta, quem pratica.”
*Estagiária Marina Dantas sob a supervisão de Andreia Castro
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