INVESTIGAÇÃO

Michelle Bolsonaro diz que quebra de sigilo é 'perseguição política'

Fala da primeira dama ocorre após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de quebrar o sigilo de Michelle e de Bolsonaro no âmbito da investigação da venda ilegal de objetos de luxo

Após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar, na noite de quinta-feira (17/8), a quebra de sigilo bancário de Michelle e Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama declarou que "fica cada vez mais claro essa perseguição política".

A decisão do STF ocorreu no âmbito da investigação que apura o desvio e a venda ilegal de joias recebidas por Bolsonaro e aliados durante a gestão dele. Os objetos teriam sido levados aos Estados Unidos para serem vendidos, com lucros eventuais para Bolsonaro e o grupo envolvido no esquema, revela a investigação.

Nas redes sociais, Michelle afirmou que não havia necessidade de quebrar o sigilo e que bastava ter "pedido". "Quem não deve, não teme", afirmou.

Ela ainda acusou o STF de perseguição política. "Fica cada vez mais claro que essa perseguição política, cheia de malabarismo e inflamada pela mídia, tem como objetivo manchar o nome da minha família e tentar me fazer desistir. Não conseguirão", acrescentou. Ela finaliza a postagem dizendo que está "em paz".

Reprodução/Instagram @michellebolsonaro -

Diferente de Michelle, que aparenta chateação com a decisão do STF, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em conversa ao Correio nesta sexta-feira (18), disse que não vê problema em ter os dados das contas bancárias acessados, apesar do incômodo da quebra do sigilo. 

"Todo mundo com boa-fé, quando vê a legislação, diz que não tem problema”, declarou. “Recebi uma ligação ali agora do (Arthur) Lira (presidente da Câmara dos Deputados) falando sobre esse caso, todos os ex-presidentes passaram por isso. A legislação é confusa, de 1991 se eu não me engano. Teve uma portaria do final de 2018 do governo Temer e ali está escrito que o que é personalíssimo... que quem diz que presente é personalíssimo ou não é um órgão da Presidência e tem que começar por aí", afirmou.