O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou Fátima Mendonça Jacinto Souza, de 67 anos, ré por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. Vai responder pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, ameaça, perseguição, incitação ao crime e dano, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado. Conhecida como dona Fátima de Tubarão, em referência à cidade natal, no interior de Santa Catarina, ela viralizou com o vídeo em que grita "vou pegar o Xandão agora".
Essas imagens foram gravadas por vândalos, durante as invasões de 8 de janeiro. Fátima estava no prédio do Supremo.
Ela foi presa no fim de janeiro, em uma das fases da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal. As denúncia contra Fátima do Tubarão é baseada em vídeos que a mostram dentro do Palácio do Planalto durante a invasão do prédio. Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, ela fala: "Vamos para a guerra, é guerra agora. Vamos pegar o Xandão agora", fazendo referência ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em outro vídeo, ela também declara que "estava quebrando tudo".
Antecedentes criminais
Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, a senhora que gritou "vou pegar o Xandão agora", tem antecedentes criminais.
Ela já foi condenada por tráfico de drogas com envolvimento de menor de idade em 2014. A denúncia tinha sido apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), descrevendo que Fátima foi descoberta por policiais militares de Tubarão.
No processo, Fátima se defendeu alegando que usuários de droga "invadiam" a casa dela e deixavam entorpecentes no local, porque ela realizava o aluguel de quartos como atividade para renda. Porém, os policiais testemunharam a senhora agindo ativamente, em campana realizada próxima ao imóvel dela. Os investigadores registraram a idosa negociando entorpecentes com usuários, indicando locais em que poderiam poderiam adquirir mais drogas. Dona Fátima utilizava os serviços de um adolescente para realizar a entrega do crack aos usuários.
O vídeo no Supremo foi gravado por outro invasor que demonstra o apoio aos atos: "Dona Fátima, de Tubarão, Santa Catarina, de 67 anos, tá quebrando tudo!", e a senhora responde "Vamos para a guerra, vou pegar o Xandão agora!", fazendo referência ao ministro Alexandre de Moraes.
Após a denúncia do MPSC, dona Fátima foi condenada a mais de 4 anos de prisão em regime semiaberto. Ela recorreu e acabou tendo a punição reduzida para 3 anos e 10 meses em restrições de direitos e prestação de serviços à comunidade. Nas redes sociais, ela tem diversos perfis e exibe publicações que mostram o apoio a pautas bolsonaristas, como o voto impresso e a paralisação de caminhoneiros após as eleições de 2022.
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