O procurador-geral da República, Augusto Aras, emitiu nesta quarta-feira (16/8) ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer favorável à ação direta de inconstitucionalidade movida pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que contesta a perda de poder de voto da União na Eletrobras após a privatização.
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"Como regra, a limitação do número de votos de cada acionista só é aprovada depois que o capital da companhia já foi pulverizado ou diluído, visto que não existe motivo jurídico ou econômico para um acionista controlador se auto impor restrição prejudicial", alegou a AGU.
"Não há razão publicamente justificável para o Estado abrir mão, unilateralmente, dos poderes inerentes às suas ações ordinárias, limitando sua atuação de modo absolutamente desproporcional ao patrimônio público investido", emendou.
A empresa foi privatizada em 2022 no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem criticando a transação, afirmando em várias ocasiões que a venda foi uma "sacanagem", "quase que uma bandidagem", e que defende a revisão do contrato pela Justiça. O petista já reclamou também do fato de o governo ter 43% das ações da empresa, mas não ter poder decisório correspondente aos votos na mesa diretória.
Aras sugeriu ainda uma tentativa de consenso entre a União e os outros acionistas, antes que o Supremo decida sobre a questão. “Nessa perspectiva de busca pelo equilíbrio na composição dos interesses dos acionistas voltada ao desenvolvimento da Eletrobras enquanto agente econômico da maior relevância para o mercado e para o setor elétrico brasileiro, o ideal é que os próprios interessados (União e demais acionistas) cheguem a uma solução de consenso", diz o texto.
No documento, Aras completou que "a União, até então controladora da empresa, presenciou, de mãos atadas, os acionistas minoritários limitarem seu (da União) poder de voto, em benefício exclusivo deles e em prejuízo exclusivo da União."
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