O novo advogado de defesa do tenente-coronel, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Cezar Bitencourt, afirmou, nesta quarta-feira (16/8), que o cliente é um “militar cumpridor de ordens”. Bitencourt é o terceiro advogado de defesa de Cid.
Ele comentou que o cliente é um oficial “que cumpre ordens acima de tudo”, que militares também cumprem ordens ilegais e injustas e que o tenente-coronel é um “grande injusticado”. “Ordem ilegal, ordem injusta, militar cumpre também. Acho que não pode é cumprir ordem criminosa. Vamos avaliar onde apareceu [ordem criminosa], se apareceu, se ele tinha consciência disso, mas são questões de foro íntimo”, afirmou em entrevista à GloboNews.
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“Alguém mandou, alguém determinou, ele é só o assessor. Assessor cumpre ordens. Vamos examinar os fatos, saber quem é quem, até onde vai a responsabilidade de um e de outro”, disse Bitencourt. “Ele é um grande injustiçado, está indevidamente recolhido no Exército. É absurdo que esteja trancafiado dentro de uma cela dentro do Exército.”
"Guerra é guerra, ne?"
Em outra entrevista, para a CNN, Bittencourt declarou que a delação premiada “não está no horizonte”, mas tampouco é descartada. “Sou crítico (em relação à delação), é uma aberração, na verdade. Mas se for necessário, a gente não abre mão. Guerra é guerra, ne? Vamos fazer o que for necessario”.
Mauro Cid foi preso em maio, suspeito de estar envolvido em um esquema de adulteração de cartões de vacina de Bolsonaro, familiares e aliados, inclusive dele próprio. Desde então, surgiram indícios da sua participação em negociações de venda de joias que pertenciam à Presidência.
Na última sexta (11), a Polícia Federal (PF) deflagrou operação contra Cid, seu pai, Mauro Lourena Cid; o advogado Frederick Wassef; e o assessor Osmar Crivelatti. Segundo a corporação, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro vendeu dois relógios de luxo, no ano passado nos Estados Unidos, por 68 mil dólares. Os itens foram presenteados ao Brasil e o valor da venda for depositado na conta do pai de Cid.
O tenente-coronel é peça central em uma “operação resgate” de um kit de joias presenteado pela Arábia Saudita, motivado pela exigência do Tribunal de Contas da União (TCU) de que Bolsonaro devolvesse as joias. O kit foi entregue no dia 4 de abril, mas na ocasião não houve menção de que as joias saíram do país ou que haviam sido comercializadas.