Questão agrária

Anielle Franco relembra irmã na Marcha das Margaridas

A ministra de Igualdade Racial disse que Marielle também foi vítima de violência política. Ela também contou que família conheceu Margarida Alves, trabalhadora rural assassinada no regime militar e que deu nome à marcha

A ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, discursou na abertura da Marcha das Margaridas, na noite desta terça-feira (15/8), em Brasília. Ela contou que a mãe e a avó conheceram pessoalmente Margarida Alves , trabalhadora rural assassinada em 1983. Anielle lembrou da irmã Marielle Franco, vítima de uma execução em 2018 no Rio de Janeiro.

“Assim como Margarida foi assassinada, minha irmã também foi vítima dessa violência política”, disse a ministra.

Anielle Franco foi recebida por milhares de participantes da marcha no Pavilhão do Parque da Cidade. Ao ouvir o próprio nome em coro pelas manifestantes, Anielle chorou. E contou história familiar. Ela mencionou que a mãe e a avó Margarida Alves, que virou símbolo da luta pela igualdade de direitos das mulheres do campo.

Rosas do asfalto

Anielle disse, ainda, ter ficado muito feliz ao se deparar com uma faixa com o rosto estampado da irmã, Marielle Franco. Abaixo da imagem está a frase: “As rosas da resistência nascem no asfalto”.

Na última edição da marcha, em 2019, Marielle foi homenageada. O movimento das Margaridas reforçou as semelhanças entre as duas ativistas — ambas foram assassinadas pelo engajamento político e pela defesa dos direitos humanos. Os responsáveis pelas mortes não foram punidos.

A Marcha das Margaridas 2023 ocorre a partir das 7h desta quarta-feira (16/8) saindo do Parque Cidade Sarah Kubitschek em direção à Esplanada dos Ministérios. Em razão da manifestação, haverá mudanças no trânsito.