O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender, nesta quarta-feira (9/8), a retomada do diálogo com países da África. Por meio das redes sociais, o chefe do Executivo postou uma foto ao lado do presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, e destacou a necessidade de avanços nas áreas de cooperação e intercâmbio cultural e econômico.
"Conversei com o presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi. Agradeci sua vinda à Belém, de uma nação com as maiores florestas tropicais no mundo. Precisamos retomar o diálogo que havia entre o Brasil e os países da África, avançando em cooperação e intercâmbio cultural e econômico, para benefício nosso e dos nossos irmãos africanos", escreveu.
O presidente do país africano destacou a necessidade de o país ampliar a agricultura para garantir a segurança alimentar, desestruturada por anos de guerra civil e pela concentração das atividades econômicas na mineração.
Lula falou do carinho que tem pela África, manifestou interesse em visitar o Congo e contou sobre os programas sociais retomados desde janeiro e que podem ser replicados no país africano. Presente ao encontro, a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, também mencionou a possibilidade de cooperação técnica nas áreas de créditos de carbono e de saneamento.
O presidente da República Democrática do Congo, nação que abriga a segunda maior floresta tropical do mundo, além de ser um grande exportador de minérios, veio ao Brasil a convite de Lula para participar da Cúpula da Amazônia, que ocorreu entre os dias 8 e 9 de agosto.
Ainda este mês, Lula vai aproveitar a agenda multilateral para estreitar as relações com a África. Ele acertou, inclusive, uma visita oficial a Angola, país de língua portuguesa que mantém uma histórica relação com o Brasil.
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Nos dias 22 e 24, o petista participará da Cúpula do Brics na África do Sul, quando serão avaliados os pedidos de quase duas dezenas de países, que trabalham intensamente para serem aceitos no bloco dos emergentes.
Lula também pretende ir à 3ª Cimeira dos Países Lusófonos, em São Tomé e Príncipe, nação insular que assumirá a presidência pro-tempore da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), substituindo, justamente, Angola. A reunião está marcada para 27 de agosto, logo depois da Cúpula do Brics.
Do ponto de vista dos interesses geopolíticos do Brasil, a turnê na África será não só mais uma oportunidade para Lula reafirmar a posição do Brasil em relação a temas que mobilizam a agenda global, como para reaproximar o país dos parceiros africanos, abandonados pelo governo de Jair Bolsonaro, que não fez nenhuma visita ao continente em quatro anos de mandato.