Atos antidemocráticos

'Herói': Feliciano diz saber que Torres 'não é bandido' apenas de olhar

Deputado afirmou que ex-secretário de segurança Anderson Torres está sendo acusado injustamente por omissão nos ataques golpistas. Torres depõe nesta terça-feira (8/8) na CPMI

O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) saiu em defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, durante a sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, desta terça-feira (8/8). O parlamentar chamou o ex-secretário de “herói brasileiro” e disse que sabe que ele “não é bandido” apenas de olhar. Torres, que era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, depõe na condição de testemunha por omissão nos atos golpistas — que culminaram na depredação dos prédios dos Três Poderes.

Feliciano disse que estava “constrangido” em ver o ex-ministro na CPMI.

“Fico constrangido em vê-lo sentado aí como se vossa excelência fosse um réu. Na verdade, depois de ouvir o que o senhor falou e o que a ministra Damares contou para nós, o senhor é um herói brasileiro. Isso jamais vai sair da mente das pessoas de bem”, afirmou.

Anderson Torres ficou preso por 4 meses, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suposta omissão diante dos atos antidemocráticos. Na CPMI, Marco Feliciano disse que o ex-secretário está sendo acusado injustamente.

“Fico imaginando o coração do senhor dentro da prisão sendo julgado ou sendo colocado de maneira injusta. Estamos vivendo um estado de exceção no país. Então, o senhor se sinta abraçado não apenas por mim, mas também pelos deputados conservadores dessa casa, também pelo Brasil. Porque nós sabemos quando olhamos para um bandido se ele é bandido. Então, vossa excelência não é um bandido”, ressaltou.

Depoimento à CPMI

Anderson Torres chegou ao Senado por volta das 8h50, e a sessão teve início às 9h24. Ele foi conduzido à mesa por volta de 9h35. Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES) não poderão participar da oitiva, pois não podem manter contato com o investigado.

O magistrado considerou que há "conexão dos fatos em apuração e as investigações das quais os parlamentares fazem parte". Flávio Bolsonaro, que é membro suplente da comissão, marcou presença na sessão de hoje. Marcos do Val, porém, desistiu de ser membro e foi substituído pelo senador Marcos Rogério (PL-RO). O STF também garantiu a Torres o direito ao silêncio. Ele não será obrigado a responder perguntas que possam acarretar em autoincriminação. 

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