O senador Eduardo Braga (MDB-AM) considera natural que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja o candidato para a reeleição em 2026, porque ele lidera "o projeto de reconstrução de um projeto nacional".
"Lula é naturalmente candidato à reeleição. Ele lidera e capitania o projeto de reconstrução e, portanto, é natural (a candidatura). O nosso partido está no governo e também no apoio das bancadas do Senado e da Câmara", afirmou Braga, nesta segunda-feira (7/8), durante o programa Roda Viva, da TV Cultura.
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Apesar de o petista criticar o MDB, por ter apoiado o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Braga afirmou que é "preciso olhar para o futuro", e, nesse sentido, o senador não vê problemas de a legenda compor chapa com Lula em 2026.
"É absolutamente legítimo que um partido como o MDB tenha pretenções de compor a chapa majoritária com o presidente Lula", afirmou. Ele, contudo,evitou cogitar o nome da ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) para ser a vice de Lula em 2026, porque ainda é "muito cedo" para essa definição.
O parlamentar acredita que o MDB tem condições de voltar a presidir as duas Casas do Congresso Nacional."Énatural que o MDB postule a presidência da Câmara e do Senado", disse. O senador afirmou que a disputa será acirrada e o partido já está negociando com outros senadores o aumento da bancada, de 11 parlamentares na Casa.
Braga minimizou derrota dele em 2022 contra o atual governador, Wilson Lima (União), que era apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Cada eleição é uma eleição", afirmou ele, declarando-se apoiador do presidente Lula e ter se posicionado contra o negacionismo e ao enfrentamento da covid-19 do ex-chefe do Executivo. "Não me arrependo do que decidi do ponto de vista eleitoral, porque são as minhas convicções", acrescentou.
Em relação à pesquisa e à exploração do petróleo pela Petrobras na da Foz do Amazonas, Braga afirmou que é a favor, porque já existem 14 empresas explorando em região em outros países. "Não podemos ser proibidos de desenvolver e explorar os recursos naturais", disse.
O relator da reforma tributária ainda elogiou o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e, assim como ele, defendeu o combate à elisão fiscal como forma de aumentar a receita para cumprir a meta fiscal de deficit primário zero em 2024.
"Não vejo disposição dos senadores em aumentar a carga tributária", afirmou. Segundo ele, a credibilidade do país está relacionada ao fato de o governo não aumentar a carga tributária para cumprir a meta fiscal. Ele citou a tributação de dividendos e a volta do voto de qualidade prevista no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) como medidas que podem ajudar no aumento de receita.