O "Conselhão" se reúne em Belém (PA), durante o evento Diálogos Amazônicos, nesta sexta-feira (4/8), para instalar dois grupos de trabalho (GT): um que trata do bioma amazônico em si e outro que abordará a recuperação de terras degradadas.
“O GT da Amazônia que vai reunir o conjunto das iniciativas do governo, de vários ministérios, interage com a sociedade para construirmos estes projetos de desenvolvimento sustentável para a Amazônia brasileira. É um grupo específico para a recuperação de terras degradadas. Este foi um pedido direto do presidente Lula”, explicou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
“Na instalação do Conselhão, em maio, o presidente Lula pediu em seu discurso para que este conselho montasse um grupo de trabalho para construir no tempo mais rápido possível — nossa expectativa é nos próximos 60 dias — propostas completas de recuperação de terras degradadas no país, com a ideia de que para produzir mais alimentos, para exportar mais, para trazer mais alimentos para mesa do povo brasileiro, não precisamos derrubar a floresta”, completou.
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Segundo Padilha, o Ministério da Agricultura já está fazendo, junto ao BNDES, “um grande esforço de atração de investimentos internacionais que queiram financiar” a recuperação destas terras. “A expectativa inicial é de poder atrair mais de US$ 120 bilhões para projetos de recuperação de terras degradadas.”
Bolsa Verde
Além disso, foi assinada uma cooperação técnica entre os ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário, das Cidades e do Desenvolvimento Social recriando o Bolsa Verde, anunciado em junho pela ministra Marina Silva.
“É um programa que volta a existir nessa iniciativa conjunta que coloca mais dinheiro, mais recursos nas famílias que fazem parte do Cadastro Único e vivem na região amazônica brasileira ou em áreas de proteção ambiental. Com a ideia de que a melhor maneira de manter a floresta em pé é proteger o meio ambiente, se melhora a qualidade de vida, a renda das pessoas que vivem nesses territórios e, com isso, tem um projeto de desenvolvimento sustentável”, afirmou o ministro de Relações Institucionais.
A medida pagava um auxílio de R$ 300 a cada três meses para famílias de baixa renda que moravam em regiões de reserva extrativista e comunidades tradicionais amazônicas.
A iniciativa foi criada no governo de Dilma Rousseff (PT) e extinta por Michel Temer (MDB) e tem como foco a preservação da floresta e regeneração de terras degradadas.