O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relançou, nesta sexta-feira (4/8), o programa Luz para Todos. A iniciativa leva energia elétrica à população rural, em especial no Norte do país e em regiões remotas da Amazônia Legal e tem como objetivo garantir a erradicação da pobreza energética e o desenvolvimento social e econômico. A previsão é de que, nesta nova fase, beneficie cerca de 500 mil famílias até 2026. O evento, ocorrido em Parintins, no Amazonas, contou ainda com a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da primeira-dama, Janja.
O evento marcou também o lançamento do programa Energias da Amazônia, de descarbonização da Amazônia; o anúncio da Interligação de Parintins, Itacoatiara e Juruti ao Sistema interligado Nacional (SIN), além da assinatura da Ordem de Serviço do Linhão Manaus / Boa Vista e do decreto da Interligação Elétrica dos países da América do Sul. Lula fez uma comparação com Paris, afirmando que "a partir de agora, a cidade luz chama-se Parintins".
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"Voltei a governar o país para dizer que no Estado do Amazonas nós vamos trazer a energia para 150 mil pessoas que ainda não têm energia. No outro governo, nós fizemos energia para mais de 16 milhões de pessoas. Só é contra o Luz para Todos quem não sabe o que é trabalhar com o candeeiro, quem não sentiu a fumaça do querosene no nosso nariz. O povo quer luz. A coisa mais bonita é que muitas vezes os turistas vão para ver a cidade luz, como é chamada Paris, mas a partir de agora a cidade luz chama-se Parintins", acrescentou.
O presidente recebeu homenagens dos bois Garantido e Caprichoso e usou meias azul e vermelha representando as cores dos bois rivais, assim como a primeira-dama, Janja, que dançou durante a celebração.
O ministro Silveira destacou que o fornecimento de energia elétrica é serviço essencial e direito fundamental do cidadão. "A retomada do programa vai garantir vida digna e cidadania a milhões de brasileiras e brasileiros", ressaltou.
SIN
Após 20 anos, as cidades de Parintins, Itacoatiara e Juruti, foram conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), proporcionando o acesso à energia elétrica gerada por fontes limpas e renováveis. A ligação ao SIN lança o programa Energias da Amazônia, maior iniciativa de descarbonização do mundo. No programa, estão previstos investimentos na ordem de R$ 5 bilhões para a transição dos 211 sistemas isolados que utilizam combustível fóssil na geração de energia elétrica.
De acordo com Alexandre Silveira, cerca de meio bilhão de reais serão economizados em diesel por ano. A estimativa é de que aproximadamente 3 milhões de pessoas vivem nessas localidades e que, ao substituir a matriz térmica por opções mais sustentáveis 1,5 milhões de toneladas de carbono deixarão de ser lançadas na atmosfera. Com a interligação ao SIN e implantação de fontes renováveis, será reduzida em 70% a geração térmica.
Atualmente, a região amazônica conta com 211 sistemas isolados, que precisam gerar a própria energia a partir de combustíveis fósseis. Estima-se que aproximadamente 3 milhões de pessoas vivam nessas localidades e que, ao substituir a matriz térmica por opções mais sustentáveis 1,5 milhão de toneladas de carbono deixarão de ser lançadas na atmosfera. Estão previstos cerca de R$ 5 bilhões em investimentos.
Antes da interligação de Parintins ao Linhão de Tucuruí, a cidade dependia de uma usina termelétrica movida a diesel, que consumia cerca de 45 milhões de litros desse combustível anualmente. Além dos impactos ambientais, a geração de energia por meio dessa matriz causava poluição sonora e lançava fuligem no ar.
Retorno da importação de energia da Venezuela
Um outro decreto assinado hoje por Lula ampliou as possibilidades de intercâmbio de energia elétrica com países que fazem fronteira com o Brasil como a Venezuela. Atualmente, o Brasil realiza intercâmbios internacionais com Argentina e Uruguai, além do Paraguai, por meio da Usina Hidrelétrica Binacional Itaipu.
"O decreto vai permitir realizar contratos para a trazer energia limpa e renovável da Venezuela, da usina de Guri, que volta a ter um papel importante para garantir energia barata e sustentável para Roraima e para o Brasil", destacou o ministro Alexandre Silveira.
O texto prevê a possibilidade de importação de energia para atendimento aos sistemas isolados, com o objetivo de reduzir os dispêndios da Conta de Consumo de Combustível (CCC), orçada em R$ 12 bilhões para 2023. Ela representa quase 35% da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A gradativa substituição do sistema acarreta redução nos custos da CCC — pago por todos os consumidores de energia elétrica.