Investigação

À PF, hacker diz que Bolsonaro pediu a ele que acessasse código-fonte das urnas

Segundo depoimento de Walter Delgatti Neto, deputada Carla Zambelli (PL-SP) teria mediado o encontro, que ocorreu no Palácio da Alvorada

O hacker preso nesta quarta-feira (2/8) pela Polícia Federal (PF), Walter Delgatti Neto, teria afirmado em um primeiro depoimento à corporação que se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no Palácio da Alvorada, para falar sobre a segurança das urnas eletrônicas. 

De acordo com o hacker, Bolsonaro perguntou na ocasião se ele conseguiria invadir as urnas caso tivesse o código-fonte da maquina. Delgatti teria dito, contudo, que “isso não foi adiante”. Segundo ele, o acesso ao código-fonte só poderia ser acessado nas dependências do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, e que “não poderia ir lá”. A informação é do G1.

A reunião teria sido mediada pela deputada Carla Zambelli, que foi alvo de busca e apreensão pela PF na manhã de hoje.

"Que apenas pode afirmar que a Deputada Carla Zambelli esteve envolvida nos atos do declarante, sendo que o declarante, conforme saiu em reportagem, encontrou o ex-Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Alvorada, tendo o mesmo lhe perguntado se o declarante, munido do código-fonte, conseguiria invadir a Urna Eletrônica, mas isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do Tribunal, e o declarante não poderia ir até lá, sendo que tudo que foi colocado no Relatório das Forças Armadas foi com base em explicações do declarante", diz o relatório da PF.

O TSE autoriza, como forma de garantir a segurança do pleito, o acesso antecipado aos sistemas eleitorais para auditoria um ano antes do primeiro turno, em um local designado para este fim e sob a supervisão do tribunal.

Delgatti é alvo de um mandado de prisão e já foi preso em São Paulo, enquanto Zambelli é alvo de busca e apreensão. De acordo com a PF, a operação, chamada de 3FA, tem como objetivo esclarecer a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

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