Relações exteriores

Lula critica ONU e diz que Rússia e Ucrânia não querem fim da guerra

O presidente Lula disse que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) poderia ter "evitado a guerra"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (2/8) que nem o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nem o russo, Vladimir Putin, querem o fim da guerra, pois estão “naquela fase de 'eu vou ganhar, vou ganhar, vou ganhar" e não dialogam para negociar sobre o conflito. A declaração ocorreu durante café da manhã com correspondentes da imprensa estrangeira no Palácio do Planalto.

"O Brasil está no rol de países que procuram o caminho da paz. Por enquanto, a gente não tem ouvido nem de Zelensky nem de Putin a ideia de que vão parar e negociar. Os dois estão naquela fase de 'eu vou ganhar, vou ganhar, vou ganhar', enquanto isso as pessoas estão morrendo. A primeira atitude para conseguir a paz é não querer participar da guerra. [...] Mas, por enquanto, ninguém quer. Guerra é como greve. Se não negociar, volta com nada", apontou.

Lula ainda criticou o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) ao dizer que o mesmo poderia ter "evitado a guerra"."O papel do Brasil é o de tentar construir uma proposta de paz que somente poderá ser apresentada na discussão quando os dois países que estão em guerra quiserem. Se não, a gente vai ficar a ver navios. E eu acho que, sinceramente, a paz vai acontecer, e que seja por vontade dos dois países, porque se a questão do território da Ucrânia tivesse sido discutida antes, na ONU, possivelmente, não estaríamos em guerra", emendou.

"Se o Conselho de Segurança da ONU se comportasse como uma governança global, que respeitasse o coletivo dos países mundiais, eles chegariam à conclusão de que não tem que ter guerra, a Rússia não tem que invadir a Ucrânia. A guerra poderia ter sido evitada", completou.

O petista acrescentou que o Brasil “vai continuar tentando buscar a paz".

"O Brasil vai continuar tentando buscar a paz, junto com vários outros países, encontrar um caminho para que, na hora que as pessoas se cansarem de guerra e quiserem um aconchego para parar a guerra, tenhamos um grupo de países dispostos a discutir com eles e achar uma solução", finalizou.

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