A deputada Sâmia Bomfim (PSol-SP) avaliou, em entrevista exclusiva ao Correio, que a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento Sem Terra (MST) desta quarta-feira (2/8) “não terá o mesmo clima que ontem”. Na oportunidade, em que se ouvia o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional general Gonçalves Dias, a parlamentar protagonizou embate com Ricardo Salles (PL-SP) sobre a ditadura militar.
“Acho que hoje não vai ser o clima como de ontem porque são pessoas que vieram para dar informações que os bolsonaristas da CPI vão alimentar”, analisou Sâmia. A oitiva teve início às 14h e recebe cinco depoentes.
O secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, Guilherme Muraro Derrite, deve prestar esclarecimentos sobre invasões de terra ocorridas no estado e as prisões decorrentes disso, a pedido do deputado Kim Kataguiri (União-SP). Além dele, três servidores do Tribunal de Contas da União (TCU) vão depor sobre possíveis desvios de verba que teriam sido “vinculados e coordenados pelo Movimento Sem Terra”, segundo a deputada Caroline de Toni (PL-SC).
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Estarão representando o TCU a secretária de Controle Externo da Agricultura e do Meio Ambiente, Cintia Zaira Messias de Lima, o auditor agroambiental, Roberto Eiji Sakaguti, e também Leonir Bampi, servidor do órgão. A pedido do relator Ricardo Salles, também foi chamado o auditor de Finanças e Controle da Coordenação-Geral de Auditoria da Área de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Secretaria Federal de Controle Interno da Controladoria-Geral da União (CGU), João Henrique Wetter Bernardes.
Sâmia acrescentou que acredita ser “inevitável” que a “chacina no Guarujá” apareça no tema da discussão. A parlamentar refere-se à operação da Polícia Militar que matou ao menos 16 pessoas no litoral de São Paulo desde a última sexta-feira (28/7). A parlamentar ainda acrescentou que irá abordar o tema das “milícias rurais”. “Atuam principalmente no Pontal do Paranapanema, em São Paulo. São praticamente grupos para militares para tentar impedir o processo de ocupação de terra”, completou.
Depoimento esperado
Para quinta-feira (3) “tem uma grande expectativa”, adiantou a deputada, já que o líder do MST, José Rainha, deve ser ouvido amanhã. Ele recebeu habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, na última terça, porém, permitindo ficar em silêncio durante a sessão.