O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a quebra de sigilo bancário da deputada Carla Zambelli e do hacker Walter Delgatti. Os dois são acusados de invadir computadores do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023.
A invasão hacker, ocorrida em 4 de janeiro, teve como objetivo inserir no Banco Nacional de Mandados de Prisão do Conselho Nacional de Justiça um falso mandado de prisão para o ministro Alexandre de Moraes e, posteriormente, expedir 10 alvarás/ordens de soltura em favor de internos do sistema prisional brasileiro.
A decisão de quebra de sigilo de Moraes também atinge os assessores da deputada Renan Cesar Silva Goulart e Jean Hernani Guimarães, e também a empresa do hacker, a Delgatti Desenvolvimento de Sistemas. Além disso, o ministro pede que as "instituições financeiras envolvidas encaminhem os dados bancários via rede mundial de computadores".
O ministro ordenou também a apreensão de celulares, tablets e computadores, bem como de armas, munições e quantias acima de R$ 10 mil eventualmente encontradas nos endereços e veículos ligados à parlamentar.
Na decisão, Moraes estabelece ainda o afastamento do sigilo bancário de "todos os bens, direitos e valores mantidos em instituições financeiras, no período de 01/06/2022 a 01/06/2023, pelas pessoas físicas e jurídicas relacionadas a seguir, diretamente ou por seus representantes legais, responsáveis ou procuradores, de forma individualizada ou em conjunto com outras pessoas".
Moraes pede ainda os agentes da PF verifiquem "a existência de eventuais cômodos secretos ou salas reservadas em quaisquer dos endereços diligenciados”, assim como recolher registros de frequência aos endereços de Zambelli.
Na manhã desta quarta-feira (2/8), Zambelli e Delgatti foram alvos de mandados de prisão e busca e apreensão no processo que investiga a invasão.
Invasão dos computadores
Segundo informa a decisão, Delgatti prestou depoimento anterior à PF, em que admitiu ter feito a invasão nos computadores e do mandado falso de prisão de Moraes e os mandados de soltura dos presos. Contudo, afirmou que o ato foi feito a pedido de Zambelli.
O hacker foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta (2/8), em Araraquara, em São Paulo, durante operação de busca e apreensão.